A Maldição da Mansão Bly | Crítica

Nova Imagem da série A Maldição da Mansão Bly
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Nota Surpreendente

Com o seu desenvolvimento anunciado há meses, A Maldição da Mansão Bly tem como objetivo seguir a franquia iniciada em outubro de 2018 através da série A Maldição da Residência Hill, que encontrou rapidamente na internet um caminho para o sucesso por conta da qualidade da sua trama e a sua narrativa que lembrava clássicos do terror.

Deixando de lado os atuais jumpscares, o projeto conseguiu apresentar ao público uma história profunda, que por sua vez era acompanhada por traumas da família Crain, os seus lutos e também os mistérios que rondavam a sua infância. Uma temática que acabou indo além da sua divulgação, conquistando o público e encontrando novos espectadores justamente pelo que criou.

O destaque conquistado por Residência Hill foi tão grande que forçou mudanças. O que era para ser apenas uma minissérie acabou se tornando uma nova série de antologia anunciada em sua renovação, agora intitulada como A Maldição. Com isso, poucos tempo depois veio o título oficial do seu novo arco: A Maldição da Mansão Bly, que agora finalmente está chegando na Netflix.

A trama de A Maldição da Mansão Bly

Baseada no livro A Volta do Parafuso, escrito por Henry James e publicado em 1898, a trama da série A Maldição da Mansão Bly é ambientada principalmente em 1987, acompanhando a história da revigorante tutora americana Dani Clayton (Victoria Pedretti, a mesma intérprete de Nell em Residência Hill), uma jovem que espera escapar de seu próprio passado doloroso trabalhando na mansão imponente cuidando das crianças Wingrave –o volátil Miles (Benjamin Evan Ainsworth) e a alegre Flora (Amelie Bea Smith).

Acontece que com o passar do tempo ela situações estranhas vão acontecendo na casa, incluindo mudanças de comportamentos recorrentes e abruptos com as duas crianças. De tal forma, enquanto tenta se livrar dos fantasmas do seu passado, aos poucos Dani vai percebendo presenciando situações estranhas e se convencendo de que algo assustador pode estar acontecendo no local.

Uma nova história de terror, mas com qualidade

Flora em A Maldição da Mansão Bly
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Um ponto extremamente positivo e que já podemos destacar logo de cara é que A Maldição da Mansão Bly conseguiu manter as principais qualidades conquistadas com Residência Hill. Obviamente, mudanças na narrativa aconteceram, mas ainda assim todo o contexto que envolve a sua história e desenvolvimento consegue ser mantido.

O roteiro também é um ponto muito positivo para o seu desenvolvimento, mantendo o seu próprio ritmo e não tentando imitar sua antecessora por mais que existam certas semelhanças na forma como são desenvolvidos e chegam aos objetivos planejados. Por sua vez, a direção e fotografia da série também se destacam ao lado de tantos outros aspectos da sua produção. Tudo é extremamente bem feito e acompanhando a proposta do seu gênero, além do foco principal e A Maldição da Mansão Bly continuar sendo o que a franquia tem de melhor: suas histórias de fantasmas e personagens.

Mais uma vez Mike Flanagan se aproveita de tudo o que tem de melhor a nos apresentar como contador de história, diretor e produtor. É fácil identificar que ele sabe para onde quer levar seus personagens em A Maldição da Mansão Bly, além de que também está preparando o caminho para mudanças na trama extremamente interessantes, compreensivas, e que ao mesmo tempo conseguirão surpreender cada espectador. Tudo o que está ali, sendo visto, tem uma história e significado. De tal forma, o segredo é simplesmente prestar atenção. E o melhor? Sem os batidos jumpscares.

Novos e antigos nomes se destacam no elenco de A Maldição

Contando com alguns rostos conhecidos de Residência Hill, a série A Maldição da Mansão Bly também traz algumas novidades em seu elenco para os espectadores. E todos eles, diga-se de passagem, conseguem se destacar de forma perfeitamente esplêndida. O destaque, inclusive, ficam para os jovens Benjamin Evan Ainsworth e Amelie Bea Smith, intérpretes de Miles e Flora.

As duas crianças são incríveis, cativantes, e ao mesmo tempo assustadoras quando necessário. E isso, é claro, trata-se de um grande trunfo para prender a atenção do espectador visto que a principal história e mistério gira justamente em torno das duas crianças. Elas, ao lado de Dani (Victoria Pedretti), são as nossas portas de entrada para o desenvolvimento da trama, que por sua vez aos poucos também vai se espalhando para os outros nomes que estão presentes na Mansão Bly.

Ainda assim, também vale ressaltar que as atuações de T’Nia Miller como Hannah Grace, Rahul Kohli como Owen, e Amelia Eve como Jamie são crescentes e extremamente apaixonantes. Por sua vez, Oliver Jackson-Cohen nos mostra mais uma vez a sua qualidade como ator, agora vivendo o inconveniente e tóxico Peter Quint.

Além disso, também é válido destacar que mesmo com mistérios cercando a sua participação na trama, uma outra grande atuação em A Maldição da Mansão Bly é a da atriz Kate Siegel. Ela nos entrega tudo o que se espera da sua participação, novamente se destacando com grande qualidade. Ainda assim, não podemos explorar ainda mais este arco aqui justamente para manter a experiência dos espectadores. Afinal, o mistério é a grande chave desta nova temporada e alguns personagens que ainda são desconhecidos do público.

Mas afinal, A Maldição da Mansão Bly é boa? 

Os Personagens de A Maldição da Mansão Bly
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Não apenas boa, A Maldição da Mansão Bly é surpreendente ao conseguir contar a história da forma correta e em seu tempoa, mesmo que não consiga superar A Maldição da Residência Hill para isso. Ao manter o que tinha de melhor do primeiro ano, além de trazer novidades para a nova narrativa, Mike Flanagan nos entrega uma trama dentro do mesmo gênero com uma temática diferente e muito eficiente.

A tragédia que cerca Bly tem um mistério mais antigo e explorado ao longo dos episódios, nos apresentando aos poucos muitas referências e abrindo o caminho para suas revelações de forma que consegue misturar elementos encantadores e assustadores ao mesmo tempo. Tudo é muito bem trabalhado nos mínimos detalhes, com mistérios cercando os personagens, enquanto respostas vão sendo entregues uma a uma ao espectador ao ponto de não restarem pontas soltas.

Possivelmente esta é uma das melhores adaptações de A Volta do Parafuso desde o filme Os Inocentes, lançado em 1961, mas obviamente contando novamente com mudanças. Entretanto, curiosamente, elas são bem menores do que as promovidas por Residência Hill em comparação ao livro de Shirley Jackson.

Com todas as respostas entregues, e uma trama que vai prendendo a atenção do espectador cada vez mais, fica claro quando você termina A Maldição da Mansão Bly que ela é uma nova peça dentro do gênero de terror bem diferente da sua antecessora. Mas, acima de tudo, fica a expectativa para o que mais podemos ter em breve caso um terceiro ano deste encantador projeto venha a ser desenvolvido pela Netflix. Contudo, enquanto isso, o que podemos fazer é revisitar Bly e acompanhar mais uma vez a história de todos os seus personagens.

P.S: Não se esqueça de achar os fantasmas escondidos e A Maldição da Mansão Bly. 

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Amante de filmes, séries e games, criou o Jornada Geek em 2011. Em 2012 se formou em Jornalismo pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF), e a partir de então passou a fazer cursos com foco em uma especialização em SEO. Atualmente é responsável por desenvolver conteúdos diários para o site com focos em textos originais e notícias sobre as produções em andamento. Considera Sons of Anarchy algo inesquecível ao lado de 24 Horas, Vikings e The Big Bang Theory. Espera ansioso por qualquer filme de herói, conseguindo viver em um mundo em que você possa amar Marvel e DC ao mesmo tempo.