Mesmo com muito tempo de existência para o gênero animado, foi com a evolução iniciada pela Pixar e seu Toy Story que as animações ganharam o tom na qual são trabalhadas hoje. Antes disso, elas era trabalhadas, principalmente, em um formato de contos de fadas no cinema. É claro, outros desenhos existiam e faziam sucesso, mas quando o assunto chegava na grande tela, foi a Walt Disney quem apresentou clássicos na sétima arte que vieram de adaptações e foram eternizados como Branca de Neve, A Dama e o Vagabundo e A Bela e a Fera. Contudo, após o início da mudança, outros estúdios começaram a trabalhar em histórias próprias em cima da evolução do formato. Tramas originais foram apresentadas, a indústria ficou competitiva e as produções ganharam até mesmo um ar menos infantil. Agora, chega o momento de uma adaptação utilizar tal espaço e medir conhecimentos através do seu roteiro, um fator pratico para o lançamento em home vídeo As Aventuras de Peabody e Sherman.
Sr. Peabody (Ty Burrell) é o cão mais inteligente do mundo. Após ganhar o prêmio Nobel e criar diversas invenções que ajudaram a humanidade, ele resolve adotar um bebê humano que encontrou abandonado na rua. Responsável por sua educação, Peabody constrói uma máquina do tempo para mostrar ao jovem Sherman (Max Charles) os fatos históricos estando presentes nele. Entretanto, um novo desafio se apresenta para Sherman quando ele, pela primeira vez, precisa ir à escola. Lá ele se torna alvo de provocações de Penny (Ariel Winter), com quem acaba brigando e mordendo no pátio. Temendo perder a guarda do garoto, Peabody organiza um jantar em sua casa com Penny e seus pais. Só que mais uma vez a garota provoca Sherman, que acaba descumprindo a orientação do pai adotivo e lhe mostra a máquina do tempo. Não demora muito para que ambos viagem pelo tempo, causando diversos problemas.
A trama da animação é de fato diferente das outras. Trabalhando no aspecto ficcional desde o fato envolvendo a situação de laços familiares envolvendo seus protagonistas, o filme mostra-se também muito interessante do ponto cultural. Desde o começo ficam claras quais são as aventuras, já que a viagem no tempo é abordada inicialmente e tem uma forte ligação para continuar acontecendo ao longo do que é apresentado. Enquanto isso, a animação também consegue um destaque interessante envolvendo sua parte gráfica. Mesmo acostumado a assistir projetos do gênero, o espectador pode sentir alguma diferença no aspecto de imagem do título, que parece cada vez mais real em alguns momentos e chama atenção por reconstruir o passado da humanidade. A direção também se destaca por saber utilizar tudo isso ao seu favor quando apropriado, mesmo que seja em um trabalho que não envolve atores reais.
Talvez o mais gratificante em nesta animação seja aquilo que é absurdo. A inteligência de Peabody chama atenção desde o início, até mesmo para exemplificar os motivos que nascem amizades entre cães e humanos, mas que logo dita um caminho diferente. O título em questão não deve ser levado em consideração apenas por passear por momentos históricos, mas também por adotar condutas em sua evolução que podem inspirar ótimas reflexões entre obediência, sentimentos e bullying. São diversas lições em cima exatamente dos três aspectos citados, que acabam ganhando destaque em momentos diversos e cumprem o seu papel com total eficiência ao longo do que é mostrado ao espectador. Além disso, é válido lembrar que a produção aproveita-se de momentos para ensinar ficção e regras como, por exemplo, não no mesmo tempo/espaço que outra versão sua ou mudar o passado.
E assim, o completo desenvolvimento dos personagens é feito exatamente em cima do material proposto, com eles passando por situações diversas que geram aprendizado. A grande questão educacional talvez seja em cima de diferenças, em colocar de forma simples para uma visão infantil que o mundo não é feito de iguais, mas que o respeito deve existir. Com isso, a animação também quebra aquela barreira de criança e adulto, tornando-se algo digno de ambos os públicos por conta de seus aprendizados e situações, que acabam sendo trabalhadas com uma simples função de sentimento familiar e superação de dificuldades por conta de suas diferenças. Erros são cometidos pelos protagonistas, mas também é com eles que As Aventuras de Peadbody e Sherman acabam virando realidade e proporcionando momentos de inteligentes e educativos, que acabam sendo completos quando também abordam criatividade e diversão através da história e ficção científica.
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