CAMINHOS DA FLORESTA | CRÍTICA – OSCAR 2015

Caminhos da Floresta
Caminhos da Floresta

Mesmo que os contos mais famosos tenham suas datas de lançamento, há muito tempo a humanidade convive com eles. A idealização da perfeição em uma relação, riquezas e aventuras fez parte de muitas infâncias. E claro, a Walt Disney ajudou muito nos últimos anos com suas adaptações animadas e histórias envolvendo tantas personagens encantadoras através de suas narrativas. São anos de comemorações de diversos títulos que vão sendo lançados. Entretanto, em 1986 na cidade de San Diego um musical chamou atenção por apresentar a união de diversas tramas em uma única abordagem. Logo, em 1987 o projeto atingiu o topo do nível teatral e estreou na Broadway. Agora, anos mais tarde, chegou a vez de Caminhos da Floresta (Into The Woods) mostrar a união de tantos nomes na grande tela, em um filme recheado de estrelas, uma para cada papel existente.

Caminhos da Floresta é uma visão moderna dos adorados contos dos irmãos Grimm, cruzando algumas histórias e explorando as consequências dos desejos e das buscas dos personagens. Na trama, um padeiro e sua mulher (James Corden e Emily Blunt) vivem em um vilarejo, onde lidam com vários nomes famosos, como Chapeuzinho Vermelho (Lila Crawford). Um dia, eles recebem a visita da bruxa (Meryl Streep), que é sua vizinha. Na ocasião, ela avisa que lançou um feitiço para que o casal não tenha filhos, como castigo por algo feito pelo pai do padeiro, décadas atrás. Ao mesmo tempo, a bruxa avisa que o feitiço pode ser desfeito caso eles lhe tragam quatro objetos: um capuz vermelho como sangue, cabelo amarelo como espiga de milho, um sapato dourado como ouro e uma vaca branca como o leite. Entretanto, eles têm apenas três dias para encontrar tudo, caso contrário o feitiço será eterno. Decididos a cumprir o objetivo, o padeiro e sua esposa adentram na floresta.

Caminhos da Floresta começa com todas as questões muito bem colocada. Com tantos personagens envolvidos, a narrativa vai aos poucos apresentando cada um dentro do seu contexto, elaborando uma introdução necessária para todos os acontecimentos que virão. Entretanto, nem tudo é como o esperado. O decorrer acaba encontrando alguns erros mesmo com a presença de um narrador, forçando algumas presenças para acontecimentos, quando poderia utilizar a ferramenta de uma melhor forma para explicar os caminhos e decisões dos nomes envolvidos. E assim, todo o roteiro acaba sofrendo por conta de tal situação. Enquanto isso, Rob Marshall acerta na sua direção ao retirar sequências coreografadas e deixando o contexto mais cotidiano, mas erra quando não consegue fazer com que o humor seja aplicado de uma melhor forma no projeto.

É claro, fotografia, figurino, ambientação e trilha sonora são os aspectos que encontram um grande destaque dentro de toda a proposta apresentada. A primeira sabe exatamente como guiar o espectador e o que mostrar, enquanto os figurinos são muito bem empregados e diferenciados em cada personagem. Além disso, a trilha sonora se mostra completamente condizente com toda a ambientação que é apresentada de forma perfeita, ainda mais no cenário da floresta que foi realmente construído em estúdio.

Infelizmente não é apenas com questões envolvendo roteiro e direção que o título encontra suas dificuldades. Tendo muitos envolvidos, parte do elenco também não consegue se envolver como  deveria em sua interpretação. Chris Pine (Príncipe) parece sempre forçado para mostrar um príncipe encantado, assim como Mackenzie Mauzy (Rapunzel) e Anna Kendrick (Cinderela) não conseguem chamar atenção para suas personagens. Johnny Depp? Bem, infelizmente, não se tem nem o que comentar. Na verdade, Lilla Crawford (Chapeuzinho Vermelho), Daniel Huttlestone (João), James Corden (Padeiro) e Emily Blunt (A Mulher do Padeiro) são aqueles que conseguem passar uma maior convicção em suas interpretações, seguidos, é claro, de Meryl Streep. Não é uma das melhores atuações da atriz, mas é sim ela quem salva todo o andamento do projeto caracterização e desenvolvimento como Bruxa. Quase certo que não ganhe o Oscar, mas Meryl sempre consegue destaque.

 Caminhos da Floresta é o tipo de filme que acaba desandando. As histórias envolvidas já são conhecidas, as ligações tinham tudo para funcionar, mas após os primeiros 20, 30 minutos, tudo vai ficando cansativo. Detalhes são mudados dos contos isolados para apresentar uma ligação, mas eles também não conseguem fazer um encaixe perfeito. O narrador também poderia fazer isso de uma forma melhor, mas não é bem utilizado. Os números musicais também vão ficando mais dramáticos, por vezes até confusos em seu sentido. E com isso, seguindo todos esses pequenos erros, o filme vai ficando cansativo e nem a reviravolta envolvendo a participação da gigante consegue reconquistar o público. Infelizmente, a adaptação consegue apenas contar uma história, mas sem cumprir o seu maior objetivo: divertir e encantar.

Classificação:
Regular

Amante de filmes, séries e games, criou o Jornada Geek em 2011. Em 2012 se formou em Jornalismo pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF), e a partir de então passou a fazer cursos com foco em uma especialização em SEO. Atualmente é responsável por desenvolver conteúdos diários para o site com focos em textos originais e notícias sobre as produções em andamento. Considera Sons of Anarchy algo inesquecível ao lado de 24 Horas, Vikings e The Big Bang Theory. Espera ansioso por qualquer filme de herói, conseguindo viver em um mundo em que você possa amar Marvel e DC ao mesmo tempo.