Na 3ª temporada de House of Cards, o presidente Underwood luta para defender o seu legado. Após chegar ao poder graças ao impeachment de seu antecessor, o político agora tem o objetivo de tornar o seu mandato marcante para se eleger em 2016 através do voto popular. Contudo, os seus planos não estão seguindo exatamente como esperado. Planejando criar milhares de empregos através de um programa batizado de AmWorks, ele acaba esbarrando em obstáculos inesperados. Os republicanos o detestam, enquanto os democratas pensam em outros candidatos para as eleições. Além disso, sua mulher, Claire (Robin Wright) também tem o desejo de ser mais que uma simples primeira dama. Com isso, no meio de uma grande confusão política, agora ele deve superar seus obstáculos para conquistar a sua maior ambição.
Diferente é a palavra que pode ser usada para definida a terceira temporada da série protagonizada por Kevin Spacey. Após sua narrativa mostrar uma grande ascensão através de atitudes e planos ao longo de dois anos, o mais novo deles é diferente, recheado de problemas e momentos de dificuldade. E ele chama atenção exatamente por isso, mesmo com uma densidade bem maior do que o costume, com o peso de uma campanha e tantos outros elementos, é muito interessante acompanhar cada episódio. E claro, sua trama não fica resumida apenas em política, mas também mostra os pontos envolvendo sua vida particular.
Sobre a qualidade de roteiros, produção e direção, o projeto mantém os mesmos aspectos. A sua linguagem é a mesma, suas ideias também, mesmo que fique um pouco mais arrastado por conta do seu ponto principal. Ainda assim consegue alcançar um ótimo status e continua no nível de uma grande produção. O mesmo, é claro, pode ser afirmado pelas atuações de todo o seu elenco. Além disso, as surpresas continuam costumeiras e o público nunca sabe o que realmente pode acontecer ao final de tudo.
Entretanto, além dos grandes pontos políticos, o destaque fica sempre entre o casal protagonista. Frank e Claire não passam por bons momentos ao longo dos episódios e isso vai criando uma tensão cada vez maior. Enquanto ele deve lidar com todas as dificuldades em ser o Presidente, ela não sente ter alcançado os seus objetivos e isso começa a traçar uma temática paralela ao longo de casa episódio. Afinal, em tal situação, ele deve ou não apoiar a indicação da esposa como embaixadora nas Nações Unidas?
A verdade é que tal colocação se mostra bem mais interessante do que uma simples pergunta. O companheirismo construído entre eles acaba entrando em risco, sendo que Claire tem conhecimento dos passos do seu marido. Enquanto isso, até conflitos envolvendo antigos “inimigos” dos EUA acabam sendo introduzidos e chamando atenção em alguns momentos. É claro, os pontos principais envolvendo a política sempre acabam voltando ao centro e mostram as batalhas que estão sendo travadas em busca de uma possível eleição para Underwood. Entretanto, o grande poderoso balança e o interessante é que o roteiro faz com que você fique com pena dele. Algumas soluções ainda são encontradas, mas a verdade é que as últimas cenas criam uma verdadeira ansiedade pelo que está por vir. Será o caminho para a queda ou a verdadeira glória? A resposta não é entregue, mas seguido House of Cards seguiu o seu conceito de entretenimento e entregou novamente uma ótima temporada.
