MARVEL VS. CAPCOM: INFINITE | Tem seus altos e baixos

Marvel vs. Capcom é uma franquia de luta muito amada pra quem gosta efeitos fortes, jogabilidade rápida e, é claro, os grandes personagens dessas duas empresas. Marvel vs. Capcom: Infinite finalmente chegou e trás consigo algumas mudanças notáveis.

Mas será que ele é tão bom quanto os anteriores? A resposta você confere agora, em mais um review do Jornada Geek!

O Crossover

Em Marvel vs. Capcom: Infinite o universo da Marvel e da Capcom se uniram formando um novo universo. Esperai aí, quer dizer que os jogos da Capcom se passam todos no mesmo universo? Enfim, essa fusão dos universos se deve a Ultron ao usar as Jóias do Espaço e da Realidade. Ao fazer isso ele não somente fundiu os universos, mas também também se fundiu ao vilão Sigma e agora é convenientemente chamado de Ultron Sigma. Logicamente, nossos heróis devem derrota-lo e salvar os dois universos nesse gigantesco cross-over.

O modo história do jogo é surpreendentemente grande pra um jogo de luta, chegando a ter por volta de três horas. E ainda conta com uma grande quantidade de cenas que procuram extrair o máximo possível dos dois universos.

É bastante interessante ver alguns cenários fundidos, como A.I.M.Brella, onde vemos tanto o MODOK quanto as armas biológicas da Umbrella. Nessa parte eles não erraram. Não pense, porém, que você verá um roteiro na qualidade dos crossovers que estamos acostumados nos quadrinhos. Por vezes, as interações dos personagens são um pouco bobas e simplórias, apesar de haverem seus momentos.

Além do Modo História nós temos também o clássico Modo Arcade. Ambos os modos destravam alguma coisa, seja um cenário novo ou cor de roupa personagem. Então há algum incentivo para você completar os modos single-player do jogo e que vai atingir os complecionistas.

Marvel vs. Capcom: Infinite
Apesar da cara meio “Derp”, ficou Badass (Foto: Divulgação)

Aquela epilepsia que você respeita

A qualidade da pancadaria está do nível que você espera de um Marvel vs. Capcom. Nós temos várias sequências bonitas de se verem que podem lançar o oponente ao ar e combar com uma troca rápida de personagem que já chega batendo.

Sem contar nos fantásticos especiais com efeitos epiléticos que comem quase a tela toda e que podem ser usados em sequências. Todos os aspectos que nós amamos nos jogos do Marvel vs. Capcom.

Os níveis de dificuldade dos personagens tem diferenças gritantes. Personagens como a Gamora e o Homem-Aranha são extremamente mais fáceis de jogar do que, digamos o Chris ou o Thor.

Isso no entanto não quer dizer que o jogo desbalanceado. Mas a curva de dificuldade é tão diferente de personagem pra personagem que pode parecer desequilibrado para jogadores casuais ou novatos.

Os personagens veteranos possuem seu moveset quase que imaculado. Apesar de haverem sim algumas mudanças aqui e ali, no geral, se você já era expert com um personagem nos outros jogos, você já vai começar mandando bem com ele aqui.

Marvel vs. Capcom: Infinite
Meus Olhos! (Foto: Divulgação)

As Joias do Infinito

A maior adição (e diferença) de Marvel vs. Capcom: Infinite são, definitivamente, as Joias do Infinito. Ao invés de você fazer uma equipe de três personagens, como de costume, agora você escolhe dois personagens e uma Joia. Inicial pode haver um choque para quem já estava acostumado, mas essa troca tem seus benefícios.

Todas as seis joias estão presentes no jogo e cada uma deles traz uma ataque extra à sua equipe. A Joia do Poder, por exemplo, permite realizar um ataque que empurra os inimigos. A Joia do Tempo permite uma espécie de dash bem rápido que é ótimo para personagens mais lentos.

Mas as Joias “brilham” mesmo quando ativamos a “Tempestade do infinito” que seria um segundo especial do personagem que varia de acordo com qual Joia você escolheu.

No mesmo exemplo, a Joia do Poder quando em tempestade faz com que seus ataques fiquem mais fortes, aumentando o dano consideravelmente. Além disso cada acerte lança o inimigo para trás, ideal pra sair do canto do cenário. A Joia do Tempo, por sua vez, aumenta bastante a velocidade de ataque dos personagens e permite que o tempo de troca de heróis seja menor. Sendo assim, ela é ótima pra enfiar várias sequencias de combo seguidas.

Sendo assim, a escolha da Joia do Infinito antes da luta é essencial para um bom desempenho. Você, por exemplo, não vai tirar bom proveito da Joia do Tempo com uma equipe de personagens que já é bem rápida. Então planejar quais personagens e qual Joia você vai montar a sua equipe é algo que pode te ajudar a virar o jogo e isso é muito interessante.

Marvel vs. Capcom: Infinite
Essa adição o Thanos definitivamente gostou (Foto: Divulgação)

R.I.P. X-Men

Os personagens disponíveis em Marvel vs. Capcom: Infinite talvez seja o maior ponto negativo do game. Inicialmente o jogo conta com 30 personagens disponíveis, o que significa 20% a menos do que seu predecessor, Marvel vs. Capcom 3.

É extremamente notável pra qualquer um que já jogou algum Marvel vs. Capcom a ausência dos personagens do X-Men, como o Wolverine, Tempestade, Magneto e X-23. Personagens esses que eram muito amados pelos fãs (inclusive por quem vos escreve) pela sua jogabilidade e também por serem grandes personagens dos quadrinhos e filmes.

Você já deve estar pensando na palavrinha proibida: DLC. E você não estaria muito errado. Marvel vs. Capcom 3 teve somente dois personagens de DLCs, mas em Marvel vs. Capcom: Infinite já temos a confirmação de mais quatro. São eles: Viúva Negra, Pantera Negra, Soldado Invernal, Venom, Monster Hunter e Sigma. Quatro personagens da Marvel e dois da Capcom. Estranho, não? Com certeza não serão os últimos.

Mas além do dinheiro das DLCs, outra “desculpa” era que a Marvel decidiu por incluir personagens que estão atualmente no MCU acabando por um fazer propaganda do outro. Sendo assim, os personagens do X-Men, infelizmente, acabaram por ficar de fora.

Marvel vs. Capcom: Infinite
Dispensa legendas (Foto: Divulgação)

Gráficos “mais ou menos”

Vendo só os momentos de luta, Marvel vs. Capcom parece… “ok”. Não é o jogo mais bonito do mundo, mas sua quantidade de efeitos epiléticos fazem a luta parecem atrativa. Mas quando olhamos de perto nas cenas e nas animações de vitória, o jogo já tem mais cara de pertencer à geração passada.

Sem entrar em muitos detalhes técnicos, o material usado no modelo dos personagens fazem eles parecem mais artificiais e as sombras não são muito no padrão que estamos acostumados.

Vale reforçar que, na hora da luta, com a movimentação rápida e os efeitos rolando, o jogo não aparenta ser tão ruim. Mas tendo um modo história com grande quantidade de cenas e com poses de vitória bem próximas, dava pra ter caprichado mais no quesito gráfico.

Marvel vs. Capcom: Infinite
Vai dizer que não tá parecendo Street Fighter IV? (Foto: Reprodução)

Veredito

Não tem como não gostar de Marvel vs. Capcom e Infinite não é exceção. A jogabilidade é extremamente divertida. As Joias do Infinito mais do que compensaram a diminuição da equipe de três para dois. É realmente triste ver um baixo número de personagens e o grande corte dos X-Men (que descansem em paz) em comparação com seu predecessor e os gráficos parecem da geração passada. Mas o jogo é bom onde importa: na pancadaria.

Nota bom

Marvel vs. Capcom: Infinite está disponível para Xbox One a R$249,95, PlayStation 4 a R$249,90 e PC, via Steam, por quase metade do preço, a R$129,99. No Metacritic, a média do jogo é de 70 pontos na versão avaliada.

*Review elaborado usando a versão de PC do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.