OS MERCENÁRIOS 3 | CRÍTICA

Os Mercenários 3
Os Mercenários 3

Imagine que você é um homem de quarenta e poucos anos e envelheceu indo aos cinemas ou assistindo pela TV o Rambo, o Exterminador, Simon Phoenix, Chris Kenner, Mad Max, Indiana Jones… pois é, é deste jeito e para este público, principalmente, que Sylvester Stallone resolveu reunir os maiores nomes que o cinema de ação já viu para criar os seus Mercenários em 2010, e agora já chega ao seu terceiro filme da franquia. Não que o público jovem não goste, mas este senhores que os acompanharam no auge da forma enchem, mesmo que não tenha um bom roteiro, nem grandes atuações, mas tem cenas de ação com quem sabe como fazer o espectador grudar na telona.

Barney (Sly) começam o filme cumprindo uma missão de resgatar Doc (Wesley Snipes) de uma prisão de segurança máxima. Logo depois, já com o novo integrante, partem para pegar um traficante de armas, Stonebanks (Mel Gibson), que acreditavam estar morto. As coisas não saem como o esperado e César (Terry Crews) acaba gravemente ferido. Com medo de arriscar a vida de seus velhos amigos, Barney escala um grupo de quatro jovens para a missão de capturar de uma vez por todas Stonebanks a mando de Drummer (Harrison Ford). Porém, existem coisas que só quem é perito na arte de matar é capaz de fazer, e sua antiga turma terá novamente de entrar em ação.

Se é um cinéfilo totalmente cético e sem a menor intenção de se deixar levar pelo saudosismo cinematográfico, nem perca tempo assistindo à Os Mercenários 3. O roteiro escrito por pelo próprio Stallone com mais dois colaboradores está interessado em apenas desfilar armas pesadas, facas afiadas e exageradas cenas de ação entre tanques e helicópteros. Se a intenção é ir atrás de diálogos intrigados e subjetividades cults, aqui não é seu lugar. Ainda assim, os fãs se deliciam com piadas internas (relacionado a filmes e vida de alguns deles) e o bem-humorado deboche da condição de velhotes que a maioria deles carrega, com destaque para a insistente “cuidado para não ter um infarto”, dirigida a Barney por três de seus parceiros.

Na onda desse humor, o filme consegue ser mais acessível, com a pungente veia de ação mais forte do nunca, mas, com menos sangue jorrando tela à fora, talvez na intenção de diminuir a faixa etária e atrair públicos jovens. Intencional ou não, a escalação de integrantes jovens traz a comparação da ação em que foram construídos seus principais ícones e os da nova geração, em meio a armas estilizadas, computadores e drones ajudando no trabalho sujo. Ao observar que o grupo de novatos se tornaram reféns do vilão, percebe-se que tenham tentado passar para o público que para se enfrentar grandes perigos, ainda é necessário ser durão, ou, “na nossa época é que era bom”.

Nessa nova safra de astros convidados a entrar na brincadeira, temos um envelhecido Harrison Ford, que se mantém mais nos “bastidores”, mas sua imagem por si só já é vale a participação. Mas, Antonio Banderas e Mel Gibson mostram a que veio. O primeiro encarnando o falastrão e ágil Galgo, que concentra a maior parte das gags do filme, o que sempre é bem-vindo. O segundo tem o melhor desempenho em questão de atuação, já que faz um vilão amalucado (especialidade de Gibson por sinal), e ainda apresenta aquela virilidade vista em seus inesquecíveis Máquina Mortífera. Eles também compensam a falta de carisma dos novatos, onde somente Smilee (Kelan Lutz) tem potencial para agradar em prováveis continuações.

Os Mercenários 3 acabou por superar as expectativas novamente, e cumprir seu papel de reverenciar aqueles que um dia divertiram nos divertiram, ou a nossos pais e avós. Mais um ponto para Sly e prova que sua aposta deu mais do que certo. Para os fãs, fica a espera pelo próximo filme, não pela história, não pelos tiros e explosões, mas sim por quem poderá participar. Quem sabe não pinta um Steven Seagal, Jackie Chan, Danny Glover…. e é uma pena Charles Bronson não poder fazer parte desta festa. Seria mítico!

Classificação:
Bom