PETS – A VIDA SECRETA DOS BICHOS | CRÍTICA

Classificação:
Muito bom

pets-poster-criticaSerá que você consegue imaginar o que o seu bichinho de estimação fica fazendo em sua ausência? Naturalmente, no máximo uma baguncinha com algumas coisas quebradas e sapatos rasgados. Mas, no mundo divertido e amalucado da Illumination Entertainment isso pode ser muito, mas muito mais sem noção. Sendo assim, Pets – A Vida Secreta dos Bichos evoca o mesmo arcabouço que conduziu seu megassucesso Meu Malvado Favorito e seu spin-off, Minions, e nos diverte por uma hora e meia, passeando por Nova Iorque e ainda com tempo para uma lição de amizade e respeito.

Max (Louis C.K/Danton Melo) é um cachorrinho que foi resgatado da rua e vive feliz ao lado de sua dona (Ellie Kemper) em um apartamento em NY. Porém, quando ela traz para casa um novo cão, o gigantesco Duke (Eric Stonestreet/Tiago Abravanel), ele fica com ciúmes achando que vai perder o carinho de sua dona. Depois de muitos desentendimentos, os dois acabam perdidos na cidade e tendo que lidar com um coelho maluco (Kevin Hart/Luís Miranda) e sua gangue de animais abandonados. Eles terão de deixar as diferenças de lado e se unir para retornar ao lar.

Logo nos primeiros minutos de Pets – A Vida Secreta dos Bichos somos hipnotizados pela fofura da relação de Max e Katie, claro, lembrando de nossos amigos (quem tem e quem tem vontade de ter). Mas, não fica só nisso. Tendo como trunfo a imaginação fértil de quem assistir, eles inserem uma ação quase ininterrupta, com uma trama que passa do simplório ao non-sense, mas sempre com o teor de diversão acima da média. Todos os personagens têm seus minutos de humor, bem distribuídos em meio a trilha sonora pop do versátil e excelente Alexandre Desplat. Além da montagem acelerada em meio a policromia de uma megalópole como NY.

A relação dos “irmãos” Max e Duke pontua a trama com o mínimo de seriedade que se pode ser aceitável em meio a tanto frenesi. Sim, há como enxergar que o roteiro também deseja inserir algo que engrandeça, em especial as crianças, na forma como aceitar e respeitar seu próximo. Além de exercitar a compaixão para os menos favorecidos. Assim como em Meu Malvado Favorito 1 e 2 é possível se emocionar com um toque de sensibilidade que dão ao humor nos momentos mais singelos, com a reconciliação dos pets da Katie.

Apesar da empatia dos personagens centrais, os coadjuvantes roubam a cena. O coelho revoltado Bola de Neve provoca uma profusão de risos com seus planos de vingança malucos contra os humanos. A apaixonada cadelinha que na hora da raiva espanca vários animais e o falcão que precisa controlar seus instintos para não devorar os amigos também tem lugar de destaque no filme.

Mesmo que não possua a profundidade intelectual dos filmes da Pixar e da Disney, Pets – O Mundo Secreto dos Bichos da uma aula de como explorar de forma inteligente suas qualidades de linguagem e narrativa. Com essa linha cinematográfica bem definida dentro do gênero vão conseguindo se consolidar entre os grandes (que também conta com a DreamWorks), tendo como missão a pura e simples diversão. Não tem como não olhar para seu bichinho e pensar se ele não tem uma vida secreta depois de assistir a este filme.