Nos últimos anos o mundo do entretenimento passou por uma grande febre envolvendo vampiros. Contudo, nem sempre a lenda original era mantida, sofrendo deturpações e mudanças por todo o caminho, fazendo com que muitos olhassem de uma forma diferente para os seres sobrenaturais. Entretanto, outras visões estão sempre fazendo parte de novas sagas nas páginas. Com o caminho de adaptações cada vez mais comum, incluindo o mundo das séries de TV, era apenas uma questão de tempo para os sanguessugas com abordagens mais sombrias voltassem a surgir. Agora, isso acontece exatamente chegando pela visão de um nome conhecido das telas, mas que também ganhou destaque no mundo literário com uma ideia. A Trilogia das Sombras, escrita por Guilhermo del Toro e Chuck Hogan, ganha a sua forma em imagens.
Na trama, um avião pousa no aeroporto de Nova York com todos os seus passageiros mortos. O caso logo ganha repercussão e passa a ser investigado por Ephraim Goodweather (Corey Stoll, de House of Cards), chefe do Centro de Controle de Doenças. Após entrar na aeronave acompanhado da Dra. Nora Martinez (Mia Maestro, de Alias), ele acaba descobrindo resíduos espalhado por todo o seu ambiente, incluindo o compartimento de carga, mas encontra 4 sobreviventes. Após isolar os envolvidos no misterioso caso, Eph descobre um antigo e incomum caixão na bagagem. Ele acaba sendo avisado por um senhor para destruir o objeto, mas o mesmo desaparece pouco tempo depois, deixando novas lacunas que esperam por respostas.
Para começar a trama de uma forma já interessante e recheada de expectativas, o voo foi a abordagem principal nas cenas iniciais. Foi exatamente nele que o suspense começou a tomar conta da série ainda nos primeiros momentos, mostrando acontecimentos e a ameaça em questão. Contudo, a partir de tal ponto os personagens também ganharam seu espaço rapidamente. De forma certa, seguindo o clima do projeto, Abraham Setrakian (David Bradley), um judeu e comprador de prata foi o que levantou maiores questões e perspectivas de forma direta envolvendo a temática, mas foi no trio da CDC que se faz completo com Jim Kent (Sean Astin) o foco ganhou potencial nesse primeiro momento por conta da possibilidade epidêmica.
Os personagens envolvidos no orgão foram os olhos na produção em quase todos os momentos do programa no primeiro episódio. Com eles as primeiras descobertas foram realizadas, criando expectativas em busca de respostas. Entretanto, nos momentos de maiores impactos, envolvendo os ataques e personagens misteriosos, eles estavam distantes. Isso já criou um equilíbrio interessante para o série, já que fica claro a possibilidade do público acompanhar duas visões dentro de um único conteúdo comum. Os lados humanos e vampirescos serão compartilhados para o conhecimento do espectador? Até onde isso pode ir?
Com um episódio co-escrito por Del Toro e uma direção do cineasta, logo podemos também perceber características do mesmo. Contudo, o interessante é observar a linha narrativa de mistério que acaba sendo trabalhada por conta dos detalhes que são ocultados dos personagens. Será que o ritmo para tal evolução será mantido através dos episódio do ano 1? Qual a velocidade que a epidemia pode ser alastrada com tantos vampiros livres após o episódio? A verdade é que The Strain já chegou mostrando para o que veio e criando muitas expectativas e interesse, ainda mais levando em conta os envolvidos para tal criação. A linha de desenvolvimento deve passar principalmente pela noite, trazendo o medo como companhia e devolvendo o verdadeiro ar assustador dos vampiros. Fica também evidente que outros personagens devem aparecer, mas após conhecer um pouco do que pode acontecer, só nos resta acompanhar o desenvolvimento.
