O conteúdo conhecido como besteirol já faz parte do gênero comédia hollywoodiana. Muitos filmes utilizam o seu enredo para construir isso, mas sempre dentro do contexto desejado. A atitude em questão é cada vez mais comum, já que diversas produções foram conquistando o espaço para isso dentro do mercado, mas sempre existem aquelas que falham ou fazem um enorme sucesso. No caso de paródias de outros títulos, a franquia Todo Mundo em Pânico liderou por muito tempo o estilo, sabendo como aplicar suas piadas dentro do contexto em questão e conquistando o público. Desde então, o crescimento desse tipo de abordagem é simplesmente comum para projetos que apresentam apenas uma pretensão: divertir o seu público. Trabalhando também outra questões, o Âncora foi um grande exemplo para todo o sucesso em questão, tanto que agora ganhou sua continuação com o título de Tudo por Um Furo.
A trama acompanha mais uma vez o lendário Ron Burgundy (Will Ferrell), âncora de um telejornal que logo vê sua vida mudar bruscamente após mudanças na emissora em que trabalha. É então que o jornalista perde o seu emprego para sua esposa e colega de profissão, Veronica (Christina Applegate). Passando dificuldades e sem perspectiva de um futuro na imprensa, ele tenta um emprego, sem futuro, como apresentador de shows no Sea World. É então que um milagre acontece. Convidado para trabalhar como âncora em uma emissora que exibe notícias por 24 horas, Burgundy decide reunir sua equipe de telejornalismo mais uma vez. Brick (Steve Carell), Brian (Paul Rudd) e Champ (David Koechner) aceitam o convite e o quarteto parte para Nova York com a missão de integrar uma rede importante e competir num nível nacional.
A continuação de o Âncora já chama atenção em sua narrativa por um simples fato: Ela vai apenas evoluindo sua trama de uma forma comum, já que possuí intervenções de um próprio narrador em certos momentos. De tal forma, o roteiro trabalha o seu protagonista em dois estilos diferentes, mostrando o seu cotidiano, mas também apresentando certos momentos como um conto em terceira pessoa. Isso chama atenção principalmente pelas visões apresentadas, já que enquanto uma leva tudo em aspecto totalmente sério, o conteúdo que vai sendo mostrado na evolução das cenas vai trabalhando os seus aspectos cômicos. Enquanto isso, o figurino é outro ponto que merece destaque. Sempre visando a comédia, a produção foca em estereótipos sempre que possível, mantendo o estilo do seu original e conseguindo agradar dessa forma. Trilha sonora, direção e fotografia também seguem o padrão necessário para uma evolução clara e contextualizada do projeto.
Entretanto, Tudo por Um Furo é o estilo de filme que não ganha o destaque apenas por roteiros ou aspectos técnicos, mas sim pelo seu elenco e personagens. O desenvolvimento de cada ponto positivo acaba sendo por conta da abordagem do título através daqueles que estão ali, fazendo com que tudo fique cômico o bastante para o nível que pretendem alcançar através das questões mostradas. E, apesar de toda a comédia, a trama tem uma moral interessante para passar ao seu espectador através da equipe protagonista formada pelos atores Paul Rudd, Steve Carell e David Koechner, mas com destaque do seu principal nome: Will Ferrell. Além disso, certos momentos “dramáticos” ainda ganham ênfase com a participação de Liam Neeson, Jim Carrey, Will Smith, entre outros.
A verdade é que a produção em questão não é perfeita, sendo que nem tantas participações poderiam causar isso, mas consegue alcançar um objetivo interessante. O egoísmo de Ron é muito bem abordado, fazendo com que o personagem passe por transformações cercadas de situações engraçadas, mas com uma lição sobre tudo isso. É através desses conceitos que situações constrangedoras são mostradas, mesmo que o protagonista não ache, enquanto o filme trabalha a comédia e lições através disso. Seja pelo pai egoísta ou pelo racismo, Tudo por Um Furo representa a fuga do roteiro correto, mas que sabe ser irreverente na medida certa, agindo dentro da sua proposta, mesmo que em alguns momentos fiquei um pouco sem ritmo. Uma verdadeira história que pode não parecer, mas em si tem diversos objetivos através do entretenimento e de suas situações recheadas de ironias diversas, envolvendo até mesmo o telejornalismo. Questionamentos podem ser levantados no meio de toda loucura, provando que nem todo besteirol deixa de apresentar valores ao mundo da sétima arte.
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