BATMAN: ANO UM | Uma das renovações do Homem-Morcego

Com uma belíssima edição em capa dura e papel couché pela Panini Books, que reúne as edições Batman 404, 405, 406 e 407, Batman: Ano Um surpreende e mostra algumas questões por trás da produção de uma HQ. Um prato cheio para os amantes da nona arte e para iniciantes como eu que buscam se aprofundar cada vez mais no assunto.

Batman: Ano Um
A capa de Batman: Ano Um. Foto: Divulgação.

Esta edição contou com o roteiro brilhante de Frank Miller, um dos melhores no que se refere ao morcegão. Já a arte ficou por conta de David Mazzucchelli. Seus traços remetem a um visual mais retrô (sendo publicados pela primeira vez em 1987) e sombrio, sendo complementado pelo colorista Richmond Lewis.

Um ano antes, em 1986, Miller e Mazzucchelli começavam a produzir essa reinterpretação das origens de Batman, revolucionando um personagem perfeitamente bem feito para o público do período. Essa nova perspectiva fazia parte de um movimento geral na DC que visava a mudança em seus personagens, considerado datados. Porém, a situação com a história de Bruce Wayne era diferente: eles viam que o amigo de Gotham tinha uma trama excelente, difícil de se alterar e, por isso, uma repaginada sem alterar tantos detalhes, explorando mais a personalidade sombria do protagonista.

No início da HQ (antes mesmo da introdução), nos deparamos com um “Boletim do Crime” de Gotham, uma excelente forma de introduzir a corrupta cidade para os leitores. Finalmente, na introdução contamos com texto de Denny O’Neil contextualizando brevemente a produção de Batman: Ano Um, indo desde as origens com Bob Kane e Bill Finger em 1939.

Já o posfácio é uma das partes mais interessantes das 148 páginas, repleta de informações trazidas por Mazzucchelli. Ele conta brevemente como eram as edições em seu início, sendo impressas em papel-jornal e tendo uma limitação de, mais ou menos, sessenta cores, enfatizando o excelente papel de Richmond. Além disso, a parte final conta com imagens do roteiro original e esboços da edição.

Crítica: o lado sombrio que gostamos

Sem correr o risco de spoilers, posso dizer que a ambientação de Gotham é imersiva e cativante. E dentro deste plano, observar os dramas psicológicos de Bruce e do então detetive Jim Gordon nos trás algo que é explorado de forma distinta do universo cinematográfico. O roteiro de Miller é afiado e nos faz querer buscar mais e mais sobre as origens desses personagens. Uma obra-prima que abre as feridas de personagens tido por nós como imbatíveis.

Batman: Ano Um
A arte de David Mazzucchelli e Richmond Lewis. Foto: Divulgação.

Os desenhos executados por Mazzucchelli e coloridos por Lewis dão formas às expressões de uma maneira distinta. Mostram detalhes interessantes da ascensão de Batman e de Gordon em busca de uma Gotham melhor. Um ponto que me deixou extremamente intrigado, sendo um deleite aos olhos em cada uma de suas páginas.

Batman: Ano Um é uma edição fácil de ser encontrada nas lojas virtuais, sendo uma boa pedida pra quem quer iniciar uma longa jornada pelo mundo das HQ’s e suas perspectivas.

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