BRAVO TEAM | Bala perdida

Quando o PlayStation VR foi anunciado, o primeiro gênero de jogos que me veio à mente foi o FPS. Afinal, se a proposta era imergir dentro do universo do game, porque não em um estilo tão consagrado? Felizmente, a indústria agiu rapidamente e já disponibilizou alguns títulos nesse estilo para o acessório. O último deles foi Bravo Team, produzido pela Supermassive Games e disponibilizado no dia 6 de março.

No entanto, o game não tem agradado público e crítica. Com falhas técnicas, principalmente no gameplay, a diversão fica em segundo plano aqui. Quer saber o por quê? Confira a resposta em mais uma review do Jornada Geek!

Atirar, sem saber para onde

Em Bravo Team, você é um soldado que faz parte da equipe de segurança da presidente de algum país europeu fictício. No meio do caminho, o comboio é atacado, a presidente sequestrada e você fica ferido. Em meio aos colegas mortos, apenas mais um soldado sobrevive, e ele será o seu parceiro no jogo.

Bravo Team pode ser jogado sozinho, com um parceiro da IA, ou em co-op, com amigos ou com algum desconhecido na internet. Provavelmente jogar com um amigo o tornará mais legal, ou ao menos menos massante. Foi difícil jogar com um parceiro de IA, mesmo no nível de dificuldade mais baixo.

Bravo Team
Foto: Divulgação

Explico: o game é um daqueles produzidos para se jogar com o PlayStation®VR Aim Controller, o que eu não tenho tenho. Joguei com o DualShock 4 e a experiência foi insatisfatória. Apontar e atirar com a manete é complicado, isso sem contar a movimentação travadíssima do game – similar à do trailer de lançamento, que deixa a impressão de que o jogo não roda com a taxa de quadros adequada.

Soma-se essa movimentação travada um péssimo sistema de cobertura e de locomoção pelo mapa. Aqui, você vai pulando de cobertura em cobertura, enquanto avança nas fases. É confuso e pouco funcional. Você olha para o local, aperta X e se move. Nesse momento, a câmera muda para terceira pessoa e mostra seu personagem correndo. Depois, você chega no local, e pode sair da cobertura (ficando em pé ou movendo a cabeça) para começar a atirar nos novos inimigos.

É arcade? É, mas…

Um outro detalhe de Bravo Team é que o jogo chega cheio de características arcades. Vários tiros pra derrubar um inimigo, respawn aleatório, tiros sem direção… De fato, são vários os problemas que o game carrega, o que afetam em cheio a jogabilidade e a diversão. O que é uma pena, pois a proposta de um shooter cooperativo em VR prometia bastante para o acessório.

Ainda temos apenas quatro armas para serem usados: escopeta, rifle, pistola e sniper. Não há granadas, ou explosivos. Somente o “tiro pra lá, tiro pra cá”. Os inimigos também são pouco variados e as fases são curtas. Não é um título que você vai levar passar muito tempo nele: seja por ter desistido antes do fim, seja por ele ser curto.

Bravo Team
Foto: Divulgação

Veredito

Consideradas os pontos principais de Bravo Team, acho que você já sabe o que pensar do game. Infelizmente, é um título que passará despercebido pelo PlayStation VR, mas que seus erros devem ser lembrados, principalmente pela Supermassive Games. Depois de dois bons trabalhos com The Inpatient e Until Dawn: Rush of the Blood, a produtora deixou bastante a desejar com o novo shooter. Uma pena!

Nota Ruim

Bravo Team é exclusivo para PlayStation VR, acessório do PlayStation 4, e está disponível na PlayStation Store por R$ 149,90, mas também é encontrado em mídia física no varejo. O título ficou com média de 44 pontos no Metacritic.

*Cópia fornecida pela desenvolvedora.

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem PS4, PSVR e PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, Red Dead Redemption 2 e The Last of Us completam o Top-5.