Dragon Ball Z: Kakarot | O sonho de todo fã

Quando a BANDAI NAMCO anunciou, há um ano atrás, o então Dragon Ball Game – Project Z, eu me senti realizado só com o trailer que foi apresentado. Só por aquelas imagens, com aquela música clássica ao fundo, já imaginava que seria uma ótima experiência para os fãs. E, felizmente, eu estava certo. O tempo passou e pudemos, enfim, colocar às mãos em Dragon Ball Z: Kakarot, o prometido action RPG baseado no universo criado por Akira Toriyama e que trouxe toda a principal saga do anime.

Com tanta expectativa criada, eu “parei” minha vida quando, enfim, tive a chance de jogar. Ao contrário do que foi veiculado na mídia, não levei 100 horas para fazer tudo o que o jogo oferecia. Bem menos, na verdade. E minha experiência foi tão intensa que, já adianto, acabou com a platina conquistada. Sem mais delongas, Guerreiros Z, está na hora de mais uma crítica do Jornada Geek!

O verdadeiro presente para os fãs

Se você é um fã de Dragon Ball Z, saiba que esse jogo foi feito para nós (é claro que eu me incluo nessa). E talvez só para gente mesmo. O título faz questão de recriar quase todo o anime nos mínimos detalhes, dando uma enorme atenção as principais cenas que já estamos fartos de tanto ver, mas, desta vez, nos possibilitando viver essa história de uma forma mais ativa. Ao contrário dos últimos títulos lançados para a geração, os dois Dragon Ball Xenoverse e o FighterZ, não há spin-off e, tirando um boss secreto, temos toda a história da saga ali. 

O game apela para o lado emocional dos jogadores com força. Desde a batalha contra Raditz até o derradeiro fim da saga, contra Kid Boo, é um título recheado de emoção e boas lembranças. Todos os ambientes criados aumentam a vontade de exploração e até mesmo conhecer um pouco mais da saga. O lado negativo, infelizmente, fica por conta da ausência de uma dublagem em português. Em um game com tamanho cuidado, se tal adição fosse feita, eu mandaria até o nosso editor-chefe criar uma nota 11 para o game. Na falta dela, ele não é tão perfeito assim.

DRAGON BALL Z: KAKAROT
A icônica transformação em Super Sayajin (Foto: Divulgação)

Mas e o gameplay?

Dragon Ball Z: Kakarot, como dito acima, é um RPG de ação. Em toda a saga, você controla cinco personagens: Goku, Gohan, Piccolo, Trunks do Futuro e Vegeta, podendo montar equipes com até dois personagens adicionais, que são disponibilizados à medida que você avança na história, desde Kuririn até o poderoso Yamcha.

Por falar em avançar na história, é bem interessante a forma como a CyberConnect2 construiu a evolução dos personagens. Gohan, por exemplo, muda apenas a própria aparência à medida que o tempo passa, e não surge outro personagem no jogo como ocorria em títulos anteriores (Gohan Criança, Gohan Adolescente, Grande Sayamen, Gohan Adulto e etc). Essa progressão estimula o jogador à explorar o máximo as missões secundárias com os personagens, visando aumentar o nível e facilitar um pouco os desafios mais complexos.

DRAGON BALL Z: KAKAROT
As batalhas lembram as de Xenoverse (Foto: Divulgação)

As missões secundárias, no entanto, são uma pedra no sapato do jogador. Basicamente elas se dividem em dois formatos: enfrentar algum inimigo aleatório (um robô, algum tipo de saibamen ou um chefe passado) ou encontrar itens para o solicitante. Isso gasta muito o tempo do jogador (em especial com os longos loadings) e não traz uma recompensa justa, por serem extremamente repetitivas. O ponto positivo é liberar o “Emblema da Alma” dos personagens, o que ajuda o jogador à montar Fóruns de Comunidade que auxiliam na jogatina.

Já a história principal, entre as sagas, tem aquela famosa encheção de linguiça. Mas para os saudosistas, até o episódio em que Goku e Piccolo aprendem a dirigir está no game! No anime, entre as sagas do Freeza e dos Androides, tivemos Garlic Jr, que foi completamente ignorado aqui para a inclusão de missões bem aleatórias. Uma pena.

DRAGON BALL Z: KAKAROT
Ainda tentando entender porque o Goku precisa de carteira de motorista (Foto: Divulgação)

Me fale das lutas!

Dragon Ball é luta e Kakarot traz isso com melhorias. Dando sequência ao sistema implementado em Xenoverse, a lógica é a mesma. Uma arena, câmera travada no inimigo, botão de ataque, ki e super ataques. Se você jogou algum dos títulos anteriores, verá que não há grandes novidades. Mas, ainda assim, é algo bem divertido.

E é importante ressaltar que Dragon Ball Z: Kakarot é um jogo fácil, com progressão muito rápida. Há batalhas contra chefes que não é preciso nem tirar todas as barras de vida do adversário para vencer, o que mostra o nível. Eu, por exemplo, só usei uma semente dos deuses nas missões secundárias de end-game, quando temos que enfrentar inimigos de nível muito superior ao nosso.

DRAGON BALL Z: KAKAROT
Cenas clássicas do anime estão presentes em Dragon Ball Z: Kakarot (Foto: Divulgação)

Veredito

Dragon Ball Z: Kakarot é um jogo feito para fãs. E isso é bem claro em toda a sua estrutura. Então, é óbvio que se você tem sentimentos pelo anime, é um jogo que vai te fazer reviver alguns dos melhores momentos da sua infância/adolescência. Houve momentos em que eu largava o controle para assistir as cenas de batalha. No entanto, se este não for o caso, você talvez vai enjoar com as missões secundárias repetitivas e até com a facilidade do jogo. Como o meu caso é o primeiro, eu me deixei levar pela emoção…

Dragon Ball Z: Kakarot | O sonho de todo fã

Dragon Ball Z: Kakarot foi lançado no dia 17 de janeiro para PlayStation 4Xbox One e PC, via Steam. O título conta com dublagem em inglês e japonês, além de legendas em português brasileiro e espanhol neutro. No Metacritic, a versão avaliada conta com média de 74 pontos.

*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.

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Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem PS4, PSVR e PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, Red Dead Redemption 2 e The Last of Us completam o Top-5.