A LENDA DO HERÓI | Um joystick e um fone

O jogo que escolhi para fazer uma análise imparcial – é importante frisar que não recebi nenhum incentivo da produtora para falar bem – é A Lenda do Herói – O Jogo, desenvolvido e distribuído por Castro Brothers e pela Dumativa Creative Studio para computadores. O game foi criado em um mundo de pixel art, com quase todas as ações do jogador sendo cantadas por Marcos Castro e Matheus Castro, idealizadores da série que ficou famosa no Youtube, com mais de quatro milhões de visualizações. Se você ainda não conhece, recomendo dar uma olhada nos vídeos antes de seguir o texto ou assistir ao trailer do jogo.

A Lenda do Herói – O Jogo, como está sendo chamado, é um game diferente e, claramente, feito para o público mais nostálgico, a geração nascida entre 1980 e 1995. Os gráficos lembram os jogos de 16/32 bits, o cenário é em 2D linear e existe a semelhança com jogos clássicos, como as séries Wonder Boy (No Brasil, a série fez sucesso no Master System e no Mega Drive, com versões da Turma da Mônica) e os primeiros jogos de Zelda e Mário. A Lenda do Herói chegou com um hype alto pela comunidade brasileira de gamers, já que participou de financiamento coletivo no Catarse e foi aprovado para ser vendido através da Nuuvem e do Steam.

Texto originalmente postado no site ACESSA.com, com a mesma autoria.

A grande sacada do game são as sátiras feitas pelos cantores ao longo do gameplay com os jogos mais antigos. Para não dar spoilers, logo na primeira fase, há frases como “Para encontrar o castelo, eu já tenho a receita. Eu sei que numa missão preciso seguir sempre à direita” e “Derrotei a serpente e arranquei o seu couro. Só não entendi por que ela comeu uma moeda de ouro???” que dão o tom cômico daquilo que vai ser visto ao longo de todo o jogo. O mais interessante é que as frases mudam, em tempo real, de acordo com o que você faz no jogo – como andar para trás ou ficar com pouca vida. A musicalidade é suave e gostosa de se ouvir. A jogabilidade, retrô, também foi bem executada e apresenta um bom nível de dificuldade.

Porém, é de ressaltar que o jogo chegou com alguns bugs. Uma rápida olhada nas análises negativas no Steam e através do Facebook do game mostra usuários reclamando de algum problema. É evidente que, por ser uma produção grande, complexa e com orçamento baixo, erros existirão, como acontece em qualquer game AAA das grandes plataformas, como PS4 e Xbox One. Nada que seja não jogável. Mas os patchs de correção d’A Lenda do Herói estão saindo diariamente para fornecer a melhor experiência ao usuário. Um ponto positivo para a equipe de desenvolvedores! O outro fator que me incomodou foi não salvar entre os atos, apenas quando termina uma fase.

“A Lenda do Herói – O Jogo” está sendo vendido apenas online na Nuuvem e no Steam por R$ 29,90.

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem PS4, PSVR e PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, Red Dead Redemption 2 e The Last of Us completam o Top-5.