Monkey King: Hero is Back | O problema do atraso

Em 2015, o October Animation Studio lançou Monkey King: Hero is Back, um filme de animação em 3D de ambientação colorida e charmosa. Inspirado no famoso conto de “Jornada para o Oeste”, o longa contava a história de Sun Wukong, o rei macaco. Quatro anos depois, no nosso atual 2019, a Oasis Games lançou uma versão para PlayStation 4 e PC, no formato de jogo de aventura foi lançada.

Com um enorme sucesso do filme, será que o jogo veio reviver o sucesso do filme ou apenas adicionar uma nota sem importância ao legado do Rei Macaco? Isso você confere agora, em mais uma resenha do Jornada Geek!

A fantástica (?) aventura começou (de novo)

Monkey King: Hero is Back faz jus ao seu nome, recriando eventos chave do filme em que foi inspirado. Aprisionado durante 500 anos por se rebelar contra os deuses e se autointitular como “o grande sábio”, nosso protagonista é libertado pelo garoto Liuer e embarca em uma jornada para livrar a China de um vilão misterioso, recuperando seus poderes conforme realiza boas ações.

O traço dos personagens está idêntico e os cenários ricos em cores foram transportados com exatidão. Vale lembrar, porém, que isso significa emular uma qualidade visual considerada boa em 2015, algo muito longe do aceitável a um game desenvolvido em 2019.

MONKEY KING: HERO IS BACK
Mesmo com elementos de história, a narrativa é curta (Foto: Divulgação)

Uma das primeiras questões problemáticas com o jogo vem com a narrativa é curta, apenas poucas horas sendo necessárias para o cumprimento da aventura principal. Jogadores mais dedicados poderão gastar um tempo a mais explorando os cenários em busca de colecionáveis, mas deverão preparar sua paciência para encarar a maior falha do jogo: o tempo de loading constante.

A cada novo ambiente que entramos, o jogo executa uma tela de carregamento, que não é extenso, realmente. Porém, o problema é a repetição. Muitas vezes nos encontramos em fases com encruzilhadas, cada qual com múltiplas portas ou subcaminhos. E para entrar e sair em cada um deles, somos obrigados a esperar novamente até prosseguir a aventura, o que acaba esmagando qualquer desejo de explorar o mapa completamente. O que nos leva a outro ponto: o título não contém um minimapa. Pode parecer algo pequeno, afinal é possível ter acesso à planta da fase em questão com o apertar de um botão, ao mesmo tempo, não seria algo difícil e preveniria ainda mais pausas à ação.

Monkey King: Hero is Back
Cenas do filme foram representadas no game (Foto: Divulgação)

A esperança que vem do gameplay

Apesar de seus inúmeros problemas, Monkey King: Hero is Back, pode trazer diversão aos jogadores em seu sistema de combate. Sun Wukong tem uma série de movimentos a sua disposição, incluindo combos, magias, utilizar diferentes armas ou atacar os inimigos de surpresa.

Ao passar por diferentes estágios, o protagonista vai recuperando partes de seu poder, que tomam forma de diferentes habilidades. Utilizar tais técnicas drena uma barra de magia disponível ao protagonista. Os efeitos são variados, podendo ser para dano puro, ou voltada para utilidade, como evocar uma arma ou revelar áreas escondidas. Cada um desses poderes pode ser melhorado com base na experiência ganhada em combate, estimulando o jogador a definir qual o estilo de jogo que mais se identifica. 

Monkey King: Hero is Back
Graficamente ultrapassado, Monkey King: Hero is Back não parece um jogo de final de geração (Foto: Divulgação)

O aspecto mais interessante, sem dúvidas, é o sistema de contra-ataque. Ao atacar no momento exato que o movimento do oponente vai conectar, Wukong pode entrar em um minigame (que na realidade é só questão de apertar rapidamente um botão durante a animação que acontece) ou, pressionando outra tecla, derrotar um inimigo instantaneamente.  Esse fator adiciona um elemento divertido ao jogo, em que há o estímulo de aprender o comportamento e padrões de ataque de cada tipo de inimigo, para reagir de acordo.

A variedade de oponentes não é enorme, mas é vasta o suficiente para que o combate não se torne monótono.

MONKEY KING: HERO IS BACK
Mesmo um combate divertido não salva a aventura (Foto: Divulgação)

Veredito

Monkey King: Hero is Back é um produto de seu tempo. Literalmente. O jogo dificilmente passa como algo criado nos dias de hoje, parecendo muito mais contemporâneo aos sistemas que existiam na época de lançamento do longa em que se inspira. Obviamente existem joias incríveis e atemporais nas variadas gerações de consoles, mas nem mesmo elas conseguem fingir que foram criadas em outro tempo, por questões técnicas.

O problema maior aqui é que o título traz problemas há tempos existentes e em muitos casos, superados no mundo dos videogames: repetição, campanhas curtas, tempos de loading demorados e constantes. O sistema de combate é uma luz em meio a escuridão, sendo divertido e variado. Além disso, o usuário que gosta de explorar cenários atrás de itens colecionáveis pode encontrar algo aqui (se tiver paciência sobre-humana para aguentar as telas de carregamento que surgem a toda hora). Infelizmente, porém, é inegável que a aventura do rei macaco tem muito mais contras do que prós. Uma pena, dada a atmosfera interessante e personagens carismáticos que o material de origem provê.

Monkey King: Hero is Back | O problema do atraso

Monkey King: Hero is Back foi lançado no dia 17 de outubro para PlayStation 4 e PC, via Steam. No Metacritic, a média de avaliação é de 61 pontos.

*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.

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