Monster Boy and the Cursed Kingdom | A excelência em plataforma

Turma da Mônica na Terra dos Monstros, como a franquia Wonder Boy ficou conhecida no Brasil, foi um dos jogos que mais marcaram a minha infância. Eu já falei aqui, em algumas reviews passadas (Aggelos e Wonder Boy: The Dragon’s Trap), da minha admiração por esse gênero. Então, não seria difícil imaginar a minha ansiedade pela chegada de Monster Boy and the Cursed Kingdom, um título que seria basicamente um Wonder Boy 4., produzido por parte da equipe responsável pela franquia original, incluindo o idealizador do projeto.

Eis que, com o jogo em mãos, posso falar que todas as expectativas foram atingidas. Monster Boy and the Cursed Kingdom é uma maravilha moderna, seja com a jogabilidade clássica aprimorada ou os belos gráficos. Tudo combina bem, e entrega um daqueles títulos que se recomenda de olhos fechados, tamanha a qualidade oferecida pela Game Atelier e pela FDG Entertainment.

Quer saber por que cheguei à essa conclusão? Vem comigo, a Monster Land precisa da sua ajuda!

Nostálgico ao extremo, e como isso é bom

Falar de Monster Boy and the Cursed Kingdom sem falar de nostalgia é impossível. Se você jogou videogame na década de 1990, certamente algum Wonder Boy passou pela prateleira da sua locadora favorita em algum momento e acabou no seu console antigo, seja o Master System, o Super Nintendo ou o Mega Drive. Se você já jogou e curtiu a franquia, o jogo é recomendadíssimo para você!

Mas, como infelizmente nem todos ainda tiveram o prazer de conhecer a história da Monster Land,  Monster Boy and the Cursed Kingdom chega para cumprir esse papel. Aqui você é Jin, um jovem de cabelo azul que é transformado em um porco após um surto de magia do próprio tio, Nabu.

Monster Boy and the Cursed Kingdom
Embora seja uma das transformações mais fracas, o porco tem suas qualidades no game (Foto: Divulgação)

Após isso, seu senso de herói e de ajuda faz com que você parta em uma jornada em busca de uma solução, que parecem ser uma antiga lendas que remetem aos orbes. Estes orbes são os responsáveis por trazer o mundo à sua forma original, e também por dar novas transformações para Jin. A história é simples, conta com algumas reviravoltas, mas é o suficiente para fazer Monster Boy seguir em frente e te divertir por várias horas.

Ao longo das mais de 23 horas que levei para terminá-lo, Jin se transforma em um porco, sapo, cobra, leão e um dragão, cada um com uma funcionalidade distinta, com uma aplicação necessária ao longo da história. Essas transformações são muito fáceis de serem feitas, e a transição é bem manual. Basta apertar o R2/RT/ZR e direcionar com o analógico para o animal desejado – claro, após adquirir o orbe de cada uma delas.

Monster Boy and the Cursed Kingdom
O sapo é uma das formas mais úteis do jogo. (Foto: Divulgação)

Incrivelmente bonito

Chegou a hora de falar de um dos pontos em que o jogo mais brilha: o level design! Monster Boy and the Cursed Kingdom é um dos jogos mais bonitos que eu joguei esse ano. E olha que eu não estou levando em consideração gráficos hiper-realistas: eu falo de um jogo onde a arte foi desenhada à mão, com atenção para os mínimos detalhes. Sim, eles importam.

A Monster Land é enorme, são dezenas de áreas para serem exploradas, centenas de salas diferentes, e nenhuma delas é igual. Toda mudança de mapa é uma novidade, toda vez que você entra em uma nova área o jogo te surpreende. 

Monster Boy and the Cursed Kingdom
Os tradicionais “Campos Verdejantes” estão aqui, com uma trilha sonora regravada! (Foto: Divulgação)

Soma-se à beleza dos gráficos uma trilha sonora marcante, que faz com que o título busque na sua memória musical aqueles mesmos arranjos da sua infância, mas agora, com sons mais modernos e refeitos. Um ponto alto do game!

O brilho maior é na jogabilidade

E se você quer saber onde Monster Boy and the Cursed Kingdom mais brilha, eu te dou a resposta: no gameplay. A apresentação e a trilha sonora são excepcionais, mas a jogabilidade consegue superar. Como eu falei acima, são centenas de salas diferentes, recheadas de itens colecionáveis espalhados, passagens secretas, puzzles e plataformas, que garantem um fator replay ímpar.

Monster Boy and the Cursed Kingdom
O dragão é a transformação mais poderosa do jogo, dando mobilidade e um poder de fogo alto. (Foto: Divulgação)

Você vai querer retornar em partes já exploradas do mapa para abrir aquele baú que encontrou, mas faltou algo. Após encontrar o orbe certo, e o talismã que te dê o poder total sobre a sua nova transformação, você nem precisa lembrar onde deixou algo pra trás. Para nossa alegria, uma das lojas vende um item que localiza os baús fechados.

Monster Boy and the Cursed Kingdom está repleto de itens colecionáveis espalhados pelo mapa, e eles auxiliam na sua jornada. Conseguindo itens melhores, você tem acesso a melhores equipamentos e uma melhor preparação para a batalha final. De forma geral, nenhum chefe apresenta uma dificuldade elevada, mas é importante sempre trocar identificar qual transformação vai levar vantagem em determinada situação.

Monster Boy and the Cursed Kingdom
 Além dos 30 equipamentos “normais”, o jogo ainda reserva uma armadura especial (Foto: Divulgação)

Veredito

Se você chegou até aqui, já imagina que eu vou recomendar Monster Boy and the Cursed Kingdom com louvores. É um jogo sem erros, repleto de quebra-cabeças e com um grande fator replay. A história, mesmo sendo simples, é o suficiente para te manter em frente ao videogame, afinal, todos os outros aspectos compensam no jogo. Wonder Boy teve, enfim, seu aguardado sucessor. E ele trouxe exatamente aquilo que os fãs esperavam: diversão. De bônus, ainda conta com textos em português.

Nota Surpreendente

Monster Boy and the Cursed Kingdom está disponível no Brasil apenas em formato digital por R$ 143,50 para PlayStation 4, R$ 79,00 para Xbox One e US$ 39,99 para Nintendo Switch. Uma versão para PC, via Steam, está confirmada e chega no começo de 2019. No Metacritic, o game teve a excelente média de 87 pontos na versão avaliada.

*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem PS4, PSVR e PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, Red Dead Redemption 2 e The Last of Us completam o Top-5.