NO MAN’S SKY | Dê uma chance!

Quando ouvi falar de No Man’s Sky pela primeira vez, lá em 2016, fiquei extremamente empolgado. Afinal de contas, o que prometiam, era algo incrível. Um universo infinito, cheio de biomas completamente distintos, que traria para um jogo a possibilidade de conhecer infinitos (sim, infinitos) planetas.

Mas, como nem tudo são flores, ao ser lançado, o jogo foi uma decepção, tanto pra mim, quanto para a crítica especializada. A Hello Games, ao perceber o flop do jogo, logo tratou de lançar atualizações, que modificariam drasticamente o que conteúdo original. E é com essa nova fase de No Man’s Sky que farei a crítica, considerando o que está feito até agora.

Será que o jogo mudou tanto quanto prometeu ou é conversa fiada? Há alguma forma de manter No Man’s Sky atrativo para os jogadores ou a má fama já queimou o título? Se você está tão curioso para saber, saca só mais essa crítica no Jornada Geek!

O que há de novo em No Man’s Sky?

Acho que, para tratar de um jogo que viveu duas fases distintas, é sempre bom remontar as melhorias ocorridas de 2016 até os dias atuais. Nas grandes atualizações ocorridas, em especial a Next, lançada em julho, o universo se expandiu ainda mais, sobretudo se for analisada a questão dos biomas, comércio, populações e nível de hostilidade encontrado em cada um dos milhões de planetas, tendo o algoritmo de criação sido totalmente aprimorado. Ah, e agora é possível viajar por mais portais interplanetários.

A possibilidade de criação de diversos itens, um ponto que merece ser dominado para que o jogo flua (isso demora, mas vale a pena), também foi aprimorado. Agora, é possível criar veículos terrestres e novas ferramentas muito úteis para a interminável jornada pelos mundos.

No Man's Sky
Grandes naves são facilmente encontradas pelo espaço. (Foto: Diulgação)

Os jogadores também poderão criar bases avançadas, mantendo plantas e até mesmo recrutando alienígenas para executar determinadas tarefas.  Esses seres também poderão lhe indicar missões, que renderão boas recompensas. Há também uma melhora nos combates aéreos, trazendo mais emoção aos jogadores.

Essas são algumas das mudanças mais notáveis de 2016 para as atualizações de 2018. Mas isso pode não significar nada na prática, não é mesmo? Pois é, mas em No Man’s Sky, finalmente as coisas pareceram andar e eu vou tentar explicar alguns motivos.

Gráficos

Desde a primeira versão o jogo já mostra gráficos bonitos. Agora, conta com pequenas pinceladas que tornam tudo mais belo. Por exemplo, agora os planetas contam com nuvens. Ou seja, ao entrar e sair da atmosfera de determinado mundo, você sentirá a diferença. Aliás, esse é um aspecto bem realista em um jogo totalmente surreal.

Há também uma melhoria nos terrenos, nas plantas e na água, estando mais realistas e polidos. Parece que a preguiça da versão inicial foi driblada até mesmo neste aspecto. Mais um ponto para o jogo!

No Man's Sky
A complexidade de biomas do jogo é genial! (Foto: Divulgação)

Jogabilidade e aspectos gerais

Um jogo dessa magnitude realmente causa um enorme hype, mas nem por isso será obrigatoriamente bom. O caso de No Man’s Sky mostra que nem tudo são rosas, até mesmo para um grande lançamento. O início, que foi trágico, dá passagem a um jogo bem melhorado.

É verdade que o estilo sobrevivência, cheio de gerenciamento de recursos e de aventura, atraia determinado tipo de jogador, que tem mais paciência para dominar os inúmeros elementos encontrados pelos planetas. Eu sinceramente me vi imerso por horas ao tentar entender aspectos desde a jogabilidade, navegação e criação de objetos. Esses aspectos até contam com tutorial bem feito, mas podem cansar os menos empolgados, tamanha a complexidade do jogo. Mas isso passa com o tempo, acredite.

No Man's Sky
A beleza de No Man’s Sky. (Foto: Divulgação)

O aspecto jogabilidade é bem simples e lembra até mesmo um pouco Minecraft (nas suas devidas proporções, claro), com um menu simples para a gama de objetos do jogo (algo aprimorado na atualização). A visão em primeira pessoa e o uso de ferramentas variadas é bastante intuitivo, não causando tanto problema quanto o sistema de crafting, que é rico em detalhes. A física é variável de planeta para planeta, e isso mostra a complexidade no algoritmo insano de No Man’s Sky. Sinceramente, me perco rondando os tantos mundos do jogo.

Multiplayer e sistema de progressão

O sistema de progressão do jogo mudou um bocado. Me lembro da primeira vez em que joguei, à época do lançamento, e que me encontrei completamente perdido. Já em 2018, percebi que o título contava com um direcionamento, um norte para o jogador. Não era como outros títulos que bastava sair andando e tomando as decisões que quisesse. Não que isso seja possível, claro.

No Man's Sky
Explore a galáxia com seus amigos. (Foto: Divulgação)

Encontrar bases terrestres ou espaciais e até mesmo naves caídas não é tão difícil quanto antes. Existem também anomalias no espaço e muitas missões a se fazer. É possível até mesmo aprender variadas línguas para conversar com os personagens dos mais diversos planetas.

No multiplayer, modo que teve maior ênfase nessa nova fase, é possível encontrar outros jogadores circulando pelo universo. Isso por si só já é extremamente animador, criando novas possibilidades de economia e, consequentemente, mais conflitos.

Mas nem tudo são rosas…

O jogo ainda conta com vários bugs, crashes e glitches. Não que isso aconteça com outros jogos, mas isso precisa ser dito. Outro aspecto complicado em No Man’s Sky é a demora para carregar. Sinceramente, é até compreensível pela sua complexidade na criação de cada detalhe do universo, mas incomoda. A Hello Games poderia ter sido mais espera nesse ponto, otimizando o sistema para que menos problemas ocorressem.

Veredito

O que posso dizer, sinceramente é: dê uma chance a complexidade de No Man’s Sky. O jogo pode não ter dito o melhor lançamento, mas surpreende em vários aspectos. Se você, assim como eu, gosta de explorar planetas e seus biomas variados, esse jogo é o melhor já feito, sem nenhuma dúvida. Porém, sabemos que existem erros e que seu sistema não é lá dos mais simples, mas vale a pena ter paciência.

Nota ótimo

Originalmente lançado para PlayStation 4 e PC, via Steam, No Man’s Sky acaba de receber também uma versão para Xbox One. Todo o conteúdo disponibilizado pós-lançamento, incluindo as atualizações de melhoria, são gratuitos. No Metacritic, a versão de Xbox One, lançada já com todas as melhorias, foi avaliada em 77 pontos.

*Review elaborado usando a versão de PC do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.