RAGE 2 | Um louco mundo pós-apocalíptico

Histórias pós-apocalípticas sempre habitaram a mente das pessoas. E o filme Mad Max: Fury Road é um claro exemplo disso. Aliás, é certo que RAGE 2 tenha bebido dessa fonte, já que uma de suas desenvolvedora, a Avalanche Studios, também participou da criação do jogo de Mad Max, aproveitando muito bem os aspectos da saga.

O game, lançado pela Bethesda para PlayStation 4Xbox One e PC, via Steam, causou certo hype na comunidade. Mas será que foi só fogo de palha ou o título realmente atende as expectativas? Pois vamos descobrir isso juntos em mais uma análise do Jornada Geek!

Depois do fim do mundo…

Em RAGE 2, a história é interessante, mas não é o foco principal. Nela incorporamos Walker, um soldado Ranger (que pode ser homem ou mulher, dependendo de sua escolha), o último da Terra Devastadas. Armado até os dentes e cheio de habilidades (uma árvore interessante, diga-se de passagem), nosso herói às avessas precisa sobreviver em um mundo extremamente hostil, em que a humanidade quase foi totalmente extinta após a queda de um meteoro.

Espere um cenário à la Mad Max pois é bem nesse nível que a coisa ficou. O mundo aberto de RAGE 2 é um deserto cheio de lixo, ruínas, carros robustos e muitos inimigos. Também pudera: o mundo está imerso em completo caos, faltando coisas básicas para a vida. E tem algo que divide mais a humanidade do que a necessidade de viver?

Nosso herói fora dos padrões luta contra a Autoridade, uma espécie de liderança que age com mão de ferro sobre os sobreviventes. Tanto Walker como os inimigos buscam a Nano Tecnologia, tendo cada um usos específicos para ela. Enquanto a Autoridade busca poder supremo, Walker quer usá-la para beneficiar o povo. E para isso, o Ranger não abrirá mão de estourar algumas cabeças e atropelar vários corpos. E tudo isso regado com muitas explosões e adrenalina.

RAGE 2
Inimigos variados e muitas balas percorrem o mundo de RAGE 2. (Foto: Divulgação)

Tiro, porrada e bomba

O mundo de Rage 2 é aberto e cheio de perigos. É até normal você cair várias vezes de penhascos, algo que chega a ser chato. Mais comum ainda é andar pelo mundo e ver tiroteios insanos entre gangues inimigas. A vontade de descer do carro (ou de seguir nele e atropelar todo mundo) é grande. Por ser um sandbox cheio de lugares para serem explorados, é difícil manter uma linearidade. 

Aliás, explorar sidequests é a melhor forma de se conseguir lutar de igual para igual nas missões principais. Isso acontece pelo fato de que atualizações e aprimoramentos são abertos ao se dominar pontos inimigos ou destruir fortificações. As três árvores de evoluções trazem melhorias em Combate, Engenharia e Nanotrites, a cerejinha do bolo. E as escolhas aí variam de jogador para jogador. Eu particularmente preferi Combate e Nanotrites, não me importando muito com aspectos de criação de armas. Eu queria era sair dando tiro, fazendo saltos e outras loucuras.

Esse aspecto de customização da jogabilidade é bem bacana. Mescla aspectos de RPG’s com o estilo shooter, e realmente faz diferença na jogabilidade. A meu ver, esse tipo de experiência aproxima mais o jogador de seus objetivos. E em RAGE 2, toda ajuda é bem vinda. Mesmo com a máquina às vezes sendo meio cabeçuda, o jogo tem momentos de dificuldade aumentada. Logo no início, por exemplo, temos um boss imenso que, embora não seja lá tão difícil de ser derrubado, arranca muito dano e dá uma dorzinha de cabeça.

RAGE 2
Carmageddon? Não, é RAGE 2 mesmo. (Foto: Divulgação)

Há beleza na barbárie?

RAGE 2 é um jogo lindo. Seus visuais são muito bem elaborados e trazem uma imersão incrível, não há como negar. As cidades são bem feitas, os personagens são simpáticos e bem caricaturados (alguns bem excêntricos, é verdade). O mapa, que não é pequeno, tem detalhes muito interessantes e que acabam fazendo a gente parar para contemplar.

Atrele isso a muita ação (muita mesmo) e uma jogabilidade fluida. Parece perfeito, certo? Porém existem alguns pontos negativos no jogo que devem ser ressaltados. Primeiro, a física ao dirigir os variados veículos que aparecem pelo mundo. Mesmo não sendo o grande foco, deveria ser melhorada. Em alguns momentos é frustrante demais correr pelo deserto ou em pistas de corrida. O carro é pesado demais e a jogabilidade parece não responder muito bem.

Já nos tiroteios, mesmo com a jogabilidade sendo bem bacana e os atalhos para troca de armas simples, a IA é pouco ousada. Em vários momentos, ela poderia acabar com a nossa raça, mas parece não ter tanta coragem de avançar. É muito fácil sair fugido de uma batalha (e às vezes precisamos fazer isso). Senti falta de ser mais desafiado. Ah, e como outros shooters, existe a questão de missões repetidas, algo que vai dando aquela preguiça de ir continuando, mas isso varia de pessoa pra pessoa.

RAGE 2
A bela paisagem de Wasteland. (Foto: Divulgação)

Veredito

RAGE 2 é um bom jogo, e isso é fato. Particularmente, brinco que é um jogo baseado em Mad Max que consegue ser melhor que o jogo de Mad Max. Bastante imersivo e cativante, o título distribuído pela Bethesda bem que poderia ter algumas melhorias, mas acho o jogo meio injustiçado. Isso ocorre pelo hype que a indústria coloca em cima de vários títulos, algo quase sempre exagerado. E, a meu ver, com a virada de geração estando cada vez mais próxima, parece que as desenvolvedoras acabam ficando um pouquinho mais preguiçosas. Isso ou os prazos apertados fazem com que os lançamentos cheguem repletos de bugs, o que não é necessariamente o caso aqui citado. Aliás, vi poucos problemas além dos citados acima.

RAGE 2 | Um louco mundo pós-apocalíptico

Com média de 67 pontos no Metacritic, RAGE 2 é mais do que isso, convenhamos. Pode não ser um título que traz grandiosas novidades ao mercado mas, pelo menos, entrega o que propõe. Não é um game abutre, que abusa de transações online (nem necessita de conexão). A história pode não ser primorosa, mas o jogo é divertido e ainda conta com uma dublagem em português do Brasil muito boa. Concluindo, é uma excelente pedida para fãs de jogos single-player.

*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.