RIME | Uma jornada intimista

Quando a data de lançamento de RiME se aproximava, muitos anúncios sobre o game surgiam na minha linha do tempo. Eles ressaltavam a beleza do jogo, me convidando para embarcar em uma aventura cheia de desafios, para descobrir mais sobre uma ilha. Tudo isso com um trabalho gráfico esplendoroso.

Eis que, com minha cópia em mãos, tive, enfim, oportunidade de jogar e poder avaliar se RiME, de fato, era o que se esperava dele. A proposta era de ser um jogo íntimo, que nos levasse à uma jornada pela memória do protagonista. Será que o título atingiu esse objetivo? Confira a resposta agora, em mais uma review do Jornada Geek!

https://youtu.be/mrQINQ-Jxmo

O dia depois de amanhã

Em RiME, após uma tempestade torrencial, você acorda em uma ilha no mar mediterrâneo e sem nenhuma informação. Por qual caminho seguir? Quem é o protagonista do jogo? O que são essas luzes apontadas para o céu? Opa.. Melhor checar a origem delas! E assim começa nossa jornada…

Sem mapa para nos guiar e muitos puzzles para resolver, temos também um mistério que ronda todo o gameplay: quem é a figura misteriosa, que usa uma capa vermelha, e aparece em vários momentos do jogo e, quando nos aproximamos, desaparece?

Assim segue a história: um garoto em uma ilha, explorando, encontrando segredos e se descobrindo. A narrativa é contada inteiramente sem textos, apenas com recursos visuais e musicais. Apesar de parecer vago em um primeiro momento, tudo que acontece torna-se mais claro a medida que você avança na história. É um game singleplayer, mas com um fator replay motivante, já que são muitos colecionáveis espalhados pelo mundo.

RiME
Foto: Divulgação

Esperteza em dia?

Uma outra coisa interessante em RiME é que toda a jogatina é baseada em puzzles. Para avançar no jogo, você vai explorar, encontrar um desafio e resolvê-lo. Ao meu ver, isso é um pouco cansativo, já que passamos o tempo inteiro buscando encontrar soluções para um determinado problema.

Para te ajudar, uma simpática raposa torna-se sua amiga, após ser “liberada”. Ela funciona como um guia, tanto para a história, como para a solução dos puzzles. Não que te dê às respostas ou te diga o que fazer, mas, de forma bem singela, como um latido, te mostra se aquele caminho é o mais adequado.

Além disso, o próprio cenário te dá dicas de objetos que possuem interatividade. Elementos em verde brilhante podem ser ativados por voz, enquanto os dourados/amarelos são para interação física, e vermelhos para interação na história. Cada ação corresponde à um botão no controle. Ajudando na exploração, marcas brancas nas beiradas de paredes e montanhas indicam que podemos escalar por aquela parte.

RiME
Foto: Divulgação

Audiovisual primoroso

Vejam só: RiME não tem a proposta de ser um AAA com gráficos ultra-realistas em 4K. A proposta foi construir um mundo animado, vivo e colorido, como uma criança pura costuma enxergá-lo. E assim temos um dos mais belos trabalhos em level design feitos na nova geração.

Como eu disse ali em cima, o jogo não tem diálogos. A história é contada com recursos visuais e musicais. E a mensagem chega, clara e em “bom tom” para o jogador. Prova de que o título foi feito com cuidado e muito bem elaborado.

Por outro lado, no PlayStation 4 comum, notei pequenas quedas na taxa de quadros, que ocasionaram leves travamentos, principalmente em momentos de chuva.

RiME
Foto: Divulgação

Veredito

RiME chegou e cumpriu aquilo que prometeu. Traz uma jornada única, intimista, com lindos gráficos e um belo trabalho sonoro. Seu gameplay, no entanto, pode deixar a desejar por ser focado exclusivamente em puzzles e exploração, não agradando muita gente.

No entanto, nosso trabalho aqui não é julgar se o jogo foi feito para A ou B. É avaliar se cumpre aquilo que promete, se diverte e se agrega à indústria. E isso podemos garantir que sim!

RiME está disponível para PlayStation 4, Xbox One e PC, com preços variando entre R$ 55,99 e R$ 107,50. Uma versão para Nintendo Switch está prevista para chegar ainda este ano. A versão de Xbox atingiu 85 de média no Metacritic, enquanto a de PC, a bem menos avaliada, ficou com 77. A versão de PS4 levou 80.

Nota ótimo

*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.

Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem PS4, PSVR e PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, Red Dead Redemption 2 e The Last of Us completam o Top-5.