ROOTS OF INSANITY | Eu já lhe contei qual a definição de insanidade?

Roots Of Insanity é o novo game da desenvolvedora indie Crania Games. Nele, controlamos o doutor Riley McClein. Tudo ia bem durante a noite no hospital August Valentine, até que coisas bizarras começaram a acontecer. Nosso protagonista tem epilepsia, e começa a ter um ataque logo no começo da história.

O jogo é bem atmosférico, e se espelha (até demais) em Outlast. Será que ele consegue ser mais, ou foi apenas mais um clone como vemos aos montes da Steam? Vamos ver agora, em mais uma análise do Jornada Geek.

Mais uma noite daquelas

O game não perde tempo com introduções demoradas. Logo no começo ficamos sabendo que a mãe do protagonista morreu no hospital que ele trabalha, e nada foi o mesmo desde então. Além disso, Riley tem ataques de epilepsia constantes, que são usados como mecânica de jogo.

Esse lance poderia ser tão bem explorado, e um ponto original a favor do título. Contudo, ele não é. Os ataques epiléticos se resumem a um mini game onde devemos apertar a barra de espaço em uma linha que aparece na tela, e nada mais. Outras vezes, os ataques armam alucinações ou sustos, como monstros aparecendo ou pessoas desaparecendo. Uma pena, pois poderia ser mais bem aproveitado para adicionar uma camada de estratégia à jogabilidade. Mais ou menos como funcionava a malária em Far Cry 2.

Fora isso, o jogo é bem padrão. Tudo escuro, zumbis iguais, corredores para andar. Precisamos usar uma câmera digital com visão noturna para poder ver um palmo na frente do nariz. Nos basicamente andamos de um ponto ao outro por cenários iguais, cheios de sangue e entulho. Não é nada de novo, mas está sendo a norma para muitos títulos indies hoje em dia. A atmosfera do jogo é bem criada, e a trilha sonora ajuda a pontuar bem alguns pontos e criar tensão. Uma pena que isso nunca seja capitalizado, e o jogo insista em forçar sustos a todo momento, com monstros surgindo do nada, portas batendo e tudo mais.

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Não queria ser a pessoa que vai limpar isso tudo de manhã. (Fonte: Reprodução)

Sou um médico, não um lutador

Em certo momento, o game nos lembra que não estamos na pele de um lutador. E isso é bem evidente. O combate do game não é bom, e depende muito da sorte. Seja usando a faca ou a pistola, em várias vezes erramos um golpe quando deveríamos ter acertado. As animações de golpes nossas e dos inimigos são muito bizarras,e não tem como saber direito se estamos acertando algo ou não.

Eu acho que o game teria sido melhor se não houvesse tanto combate. Principalmente quando não temos muito com o que trabalhar, e o próprio jogo nos fala que não deveríamos fazer isso. Então, por que a cada cinco minutos eu tenho um zumbi tentando morder minha canela ou me abraçar?

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Menos combate ajudaria a manter o clima de tensão. (Fonte: Reprodução)

Aparências e Sons

O gráfico do game ficou bem legal, principalmente para um título indie. A iluminação é muito boa, e os modelos são bem feitos (embora se repitam constantemente). Tudo trabalha para criar um clima legal nos cenários, ainda que todos sejam muito parecidos. Estejam eles dentro ou fora das paredes do hospital.

Os sons funcionam, e ajudam a manter as coisas interessantes. As músicas e grunhidos dos mortos criam uma atmosfera, e foram bem feitos. As vozes poderiam ser melhores, mas está bem legal. Não podemos nem devemos esperar performances estelares de títulos menores, e o que tem aqui é o suficiente para a proposta.

Uma coisa que deixou muito a desejar foram as animações. Os personagens se movimentam de uma maneira bizarra, e os ataques são muito estranhos. Faltam frames na facada que damos, e parece que o protagonista possui poderes de super velocidade quando golpeia. Além disso, a câmera de vídeo que usamos não tem animação quando é ativada. Simplesmente a tela fica em visão noturna e com o hud da câmera. Parece que nosso médico é meio robô, e apenas ativa o modo noturno dentro de sua cabeça. Pequenos detalhes que podem incomodar ao longo do tempo.

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Os gráficos ficaram bem legais. (Fonte: Divulgação)

Concluindo

Em suma, Roots of Insanity é mais um dos vários games de horror que temos na Steam. Com bugs, animações simplórias, muita dependência de sustos baratos e um foco desnecessário em combate. Ainda que tenha bons gráficos e uma temática interessante, o jogo não capitaliza em cima de seus pontos fortes e acaba se tornando apenas mais um na multidão.

Além disso, o combate fraco, história previsível e curtíssima duração fazem ser uma indicação complicada de fazer. Eu sou fã do gênero, e consegui me distrair relevando as falhas e não esperando demais do título. Contudo, vai depender do quanto você pode deixar passar.

Por outro lado, o game vem traduzido em português (com falhas bizarras em alguns pontos), e está sendo atualizado pelos desenvolvedores. Isso é um ponto que merece ser elogiado.

Roots Of Insanity está disponível na Steam, por R$ 20,00.

Nota Razoável

*Cópia fornecida pela desenvolvedora.