SHADOW WARRIOR 2 | Tiros, facadas e uns tropeços

Originalmente, Shadow Warrior foi lançado em 1997 e não teve muito espaço. O jogo tinha seus atrativos, mas ter que competir com Half-Life, Quake II e Unreal acabaram com todas as chances do protagonista Lo Wang ser popular.

Há quatro anos, a Flying Wild Hog recriou o game focando no humor e diversão que eram as grandes qualidades do primeiro. Agora, Shadow Warrior 2 quer ser maior que seu predecessor, sem perder sua essência. Mas palavras são tediosas para representar um jogo que é pura ação desenfreada. Então, antes de mais uma review do Jornada Geek, confira um vídeo de gameplay para entender do que estamos falando!

A sequência de Shadow Warrior tenta expandir suas bases, com elementos de RPG e um sistema de quests que lembra um pouco Borderlands. A execução não parece ter o mesmo apelo que a ideia, trazendo alguns problemas que podem ser irritantes. Dentre eles, o que mais me chamou a atenção foram os menus. A maneira como as armas, upgrades e habilidades ficam disponíveis para seleção é meio atrapalhada, e você precisa entrar e sair de menus, ir e voltar o tempo todo. As modificações para as armas também podiam ter sido um pouco melhor elaboradas. Elas não faltam para você, tendo um drop rate generoso, mas você acaba sempre usando as mesmas e o resto só serve para venda.

Tudo isso, é claro, é baseado na minha experiência. Outro jogador pode mudar e construir seu personagem com habilidades completamente opostas, tendo um estilo de jogo diferente. Porém, essas habilidades não são muito equilibradas, e se você quiser o Wang mais forte possível, só existe um caminho…

O dilema de Shadow Warrior 2

Aqui começam a surgir as dúvidas do jogador. Se eu quero apenas sentar e me sentir um fodão após um dia cansativo (como o próprio menu de escolha de dificuldades sugere), por que eu perderia tempo comparando números de dano por segundo e chances de acerto crítico?

Shadow Warrior 2 sistema de progressão
Eu não vim aqui para me frustrar com menus, vim aqui para dar tiro! (Foto: Divulgação)

Ao tentar essa expansão do universo de Shadow Warrior, a Flying Wild Hog procurou trazer um jogo mais completo. A produtora tentou agradar desde jogadores que só querem se divertir quanto jogadores hardcore que querem construir builds e comparar sua performance com outros. Nesse segundo ponto o game comete vários pecados, não conseguindo aprofundar-se da maneira que queria.

Redenção através da diversão

Felizmente, é completamente possível você ignorar essa matemática e fazer o que tem de melhor no jogo: matar todo mundo de maneira espetacular. Corte monstros ao meio com sua espada. Abra um buraco no peito deles com uma escopeta. Fatie todos como um pernil usando uma serra elétrica. As possibilidades são tantas que você não cansa nunca.

Armas de Shadow Warrior 2
Que delícia! (Foto: Divulgação)

A maneira como os inimigos explodem e se partem é muito legal. Algumas vezes você tem a impressão de estar cortando manteiga, e, ao contrário do que parece, é muito divertido. Não existem coberturas e a barra de vida não se recupera com o tempo. Se você está acostumado com jogos de tiro modernos tradicionais, vai ficar um tempão procurando o local perfeito para se esconder e dar uns headshots enquanto os inimigos se aproximam. Mas você não vai achar esse lugar, ele não existe em Shadow Warrior 2.

O que você vai fazer, quando encontrar um grupo de inimigos, é pegar sua espada-serra e pular no meio deles sem nem pensar. Depois de fatiar metade você vai finalizar o resto com duas submetralhadoras. Em termos de entretenimento, isso é muito melhor do que ficar contando munições e tomando cuidado com o recuo da arma.

O veredito

Shadow Warrior 2 tem seus problemas, mas é muito divertido. Não é um AAA, mas é uma ótima pedida para passar seu tempo. O preço está maior nos consoles: R$122,90 na PlayStation Store e R$139,00 na Xbox Store, mas um pouquinho melhor para PC: R$72,90 na Steam. Vale a pena pelas horas de diversão.

Nota ótimo

*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.