SHERLOCK HOLMES: THE DEVIL’S DAUGHTER | Mistérios Londrinos

Sherlock Holmes, um dos detetives mais queridos e famosos da história, está de volta ao mundo dos jogos para resolver mais um caso. Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter é a mais nova empreitada da Frogwares usando o personagem. O game sucede o agradável Sherlock Holmes: Crimes and Punishments, contudo funciona mais como um reboot artístico  e funcional do que uma continuação propriamente dita. Será que esse é mais um caso digno da atenção do nosso excêntrico investigador? Vamos descobrir agora, em mais uma review do Jornada Geek!

Sherlock Holmes: The Devil's Daughter promocional
Fonte: Steam

As mudanças em Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter

Uma das coisas que notamos logo de cara são as mudanças que a Frogwares implementou nesse novo game da série. O gráfico está bem mais “pé no chão” que os seus antecessores, e as localidades foram renderizadas com um feel bem mais realista. Os gráficos funcionam bem, e as localidades de Londres foram feitas com carinho.

Bares, esquinas, vielas, complexos de apartamentos, tudo foi criado para realmente fazer a gente se sentir na cidade. Uma pena que o mundo não é tão bem explorado. Os mapas são pequenos, e tudo que realmente interessa está localizado em alguns pontos específicos. A maior parte do tempo, andamos pelo mapa apenas para chegar em uma sala e procurar por pistas nas roupas e pertences dos outros.

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Ares londrinos (Fonte: Matheus Jenevain/ Reprodução)

Além disso, o game deu uma guinada forte para o lado da ação. Ainda passaremos um bom tempo investigando e deduzindo, mas o foco em cenas de ação e setpieces aumentou bastante.

A arte da dedução

Sherlock Holes: The Devil’s Daughter está no ápice quando nos coloca para pensar. Deduzir e analisar pistas nesse jogo é divertido demais, e é uma pena que não seja o foco único da experiência. Podemos procurar por pistas em vários lugares como casas de suspeitos, bolsas, pertences pessoais, roupas, etc. Cada uma é catalogada e anotada em nosso livrinho, e após coletar uma certa quantidade podemos juntá-las para criar uma dedução.

A tela de dedução é muito legal, e é apresentada como uma rede neural onde cada pequena dedução é representada por um neurônio. Após juntarmos dados, eles se unem para formar a dedução final do caso, onde podemos decidir acusar ou informar alguém sobre nossas decisões e seguir em frente. Isso é muito divertido, e realmente ajuda o jogador a se sentir um investigador de verdade.

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Dedução e investigação acontecem de uma maneira bem interessante (Fonte: Matheus Jenevain / Reprodução)

Por isso, é uma pena que a desenvolvedora tenha tentado colocar mais ação no jogo. Veja, eu acho válido e legal tentar algo novo. Mas, aqui, a execução deixou um tanto a desejar. Não só porque algumas sequências de ação não empolgam, mas pelo uso de minigames. Temos vários sendo introduzidos e descartados a todo momento. Por um lado, é legal porque tem sempre algo novo para aparecer. Por outro, é ruim porque nada é marcante nem fica tempo o suficiente para causar uma boa impressão.

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Exemplo de um minigame de dedução, onde devemos combinar nomes em dois textos (Fonte: Matheus Jenevain / Reprodução)

Sons e visuais

O jogo tem uma trilha sonora boa, que complementam bem os momentos mais calmos e corridos. As músicas são bem feitas e compostas, e caem bem com o tom e estilo do jogo. As atuações são meio a meio. A do Sherlock, por exemplo, é muito boa, e o som da voz casa bem com o estilo e representação do personagem. Watson também ficou no jeito. Contudo, alguns personagens de suporte estão com vozes meio robóticas e sem expressão. Mas, no geral, a dublagem funciona e ajuda a passar bem a história.

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Lar doce lar (Fonte: Matheus Jenevain / Reprodução)

Os gráficos do jogo não são estelares, mas funcionam e são bem atmosféricos. Os modelos de personagens foram bem criados e tem um nível de detalhamento legal. Contudo, nem tudo é perfeito na rua Baker. As animações de expressões faciais dos personagens são bem simplórias. Elas quase nunca refletem as emoções da maneira que deveriam. Sherlock, por exemplo, passa quase todo o jogo com a mesma expressão dura e fechada. Além disso, temos problemas com texturas serrilhadas e que demoram para carregar. Também podemos notar uma queda considerável nas taxas de frames em alguns instantes. Levando em conta que os gráficos não são tão pesados e o game tem uma taxa máxima de 30 fps, esse é um problema que não podemos deixar passar desapercebido.

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São tantas emoções (Fonte: Matheus Jenevain / Reprodução)

Um outro negativo em SHerlock Holmes: The Devil’s Daughter é o tempo que o jogo gasta para carregar. O loading é bem demorado, mas pelo menos podemos usar o tempo para ler as anotações do detetive sobre o caso que estamos investigando e outras informações. Ainda assim, espere passar um bom tempo fazendo isso ou olhando para a tela de carregamento.

Caso Encerrado!

Então, será que vale a pena jogar Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter? Bom, tudo vai depender do quanto você gosta do personagem, de investigação e do quanto pode relevar os pontos negativos que o jogo possui. Eu, pelo menos, tive uma experiência agradável enquanto jogava para escrever essa análise.

A história é bem feita e os personagens são bem construídos. Tudo serve como impulso para chegarmos ao final do jogo, e a solução dos casos de cada capítulo e a trama geral envolvendo a filha do protagonista são bem feitas o suficiente para valer encarar a experiência até sua conclusão.

Contudo, os momentos de ação e minigames colocados na história são o que puxa a experiência para baixo. Ainda que possamos pular essas partes, não foi uma boa sacada levar a jogabilidade da saga para esse lado. Mais oportunidades e meios de investigação seriam mais interessantes e condizentes com as raízes da série e o estilo do personagem.

E vocês, o que acharam? Minha dedução foi correta, ou apontei o assassino errado nesse rolo todo? Deixem suas opiniões para a gente aqui embaixo, na sessão de comentários!

*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.