The Inner Friend | Cada homem é uma ilha

Um jogo pessoal, que merecia um pouco mais de atenção

Títulos com propostas cada vez mais introspectivas estão sendo cada vez mais comuns no mercado. E The Inner Friend, jogo distribuído e desenvolvido pela PLAYMIND, segue com essa premissa. Uma trama ocorrida em meio a lembranças fragmentadas, medos e traumas de infância, que podem ter inúmeros significados para cada um dos jogadores.

Você quer saber se o jogo realmente consegue trazer à tona os medos mais profundos de sua infância? Se a jogabilidade é tão interessante quanto a de outros títulos com a mesma pegada? Então fique ligado em mais uma crítica do Jornada Geek

“O amigo interior”

O título do jogo já deixa bem clara a proposta: “o amigo interior”. Sim, o game tem uma pegada totalmente individual, variando de jogador para jogador. Afinal de contas, cada um tem sua carga de vida e seus medos. O jogo aborda, de forma muito mais branda alguns dos vários medos de infância: a escola, hospitais, monstros, etc., lembrando vagamente algumas sessões de psicanálise vistas em filmes.

As memórias de nosso protagonista podem sim se confundir com coisas que já vivemos. Essa parece ser a proposta do jogo que, aliás, conta com uma ambientação bastante macabra e assustadora. Armários explodem, vozes são ouvidas o tempo todo. É quase uma experiência sensorial.

The Inner Friend não tem diálogos. Tudo é interpretado a partir de sons e imagens. Os traumas são latentes o tempo todo, e cabe a você identificá-los. Um exemplo interessante são as experiências ocorridas durante a passagem na escola, onde encontramos televisões, carteiras, manequins, vozes e muita tensão em cada sala e corredor.

The Inner Friend
Fuja dos medos em The Inner Friend. (Foto: Divulgação)

Jogabilidade e gráficos

Ao longo da caminhada, feita toda em terceira pessoa, o jogo conta com uma série de puzzles. Particularmente, achei alguns bem bobos e/ou frustrantes. Nos caminhos, o que mais chama atenção é mesmo a ambientação e a qualidade dos efeitos sonoros. Ao longo das andanças de nosso personagem, não temos nenhuma dificuldade, sendo tudo bem simples – mesmo que os caminhos nos confundam várias vezes – tal como a nossa própria mente. Ou seja, a jogabilidade não apresenta nada de extraordinariamente novo.

Os gráficos também não são mega elaborados, mas servem muito bem ao propósito do jogo. Aliás, o foco não é voltado para isso. The Inner Friend é uma viagem interior e o gráfico é mero coadjuvante nessa aventura.

The Inner Friend
O visual do jogo é muito sombrio. (Foto: Divulgação)

Veredito

The Inner Friend não é um jogo ruim, tendo sua proposta bem fora do eixo dos jogos AAA. Mas gostar ou não do título acaba se tornando uma questão mais particular do que nunca, sobretudo por ser um jogo bem “pessoal”. Ele não oferece muitas dificuldades, e acaba sendo um pouco parado em alguns momentos. Sua ambientação é até interessante e o quesito imersão é aprofundado ainda mais pelos sons.

The Inner Friend | Cada homem é uma ilha

Pode-se concluir que o jogo conta com uma ideia interessante, mas que poderia ter sido mais lapidada. De toda forma, The Inner Friend vale a experiência. Disponível para PC, via Steam, o título conta com poucas avaliações na mídia especializada e até mesmo na plataforma em que foi disponibilizado, algo que o configura como um jogo com pouco alcance. Mas nem por isso é algo a se jogar fora…

*Cópia fornecida pela desenvolvedora.

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