WARHAMMER: END TIMES – VERMINTIDE | Controle de pragas

Warhammer sempre foi um universo que me interessou bastante, ainda que eu não o tenha visto à fundo. Por isso, fiquei surpreso quando vi a premissa de Warhammer: End Times – Vermintide.  Baseado no cenário End of Times, ele nos leva à um mundo gótico, que possui um sério problema com ratos. Ratos com lanças. E espadas. E metralhadoras. Bem mais que uma simples ratoeira possa resolver.

O jogo se baseia – demais em certos pontos – na fórmula que consagrou Left 4 Dead. Temos um game focado em cooperativo, no qual devemos passar por fases nos deslocando de um ponto A para um ponto B matando o que vier pela frente. Será que o game tem substância o suficiente para se manter sozinho, ou acabou sendo apenas um dos muitos clones de Left? É isso que veremos agora, em mais uma crítica do Jornada Geek.

Ratos com lanças e espadas?

Warhammer: End Times – Vermintide conta a história da invasão dos homens rato, chamados de Skaven, à cidade de Ubersreik. Nesse conflito, tomamos o papel de cinco heróis diferentes, cada um com sua especialidade. Usando nossas habilidades, devemos parar a invasão e salvar a cidade e seus habitantes da destruição.

Não temos uma trama super complicada e explorada, e quase tudo é mostrado durante as telas de loading e exposição feita pelos personagens durante a jogatina. A história serve mais como uma justificativa para a aventura, explicando o que devemos fazer e contextualizando a ação que rola na tela.

Tudo considerado, o que é apresentado funciona e cumpre seu objetivo. Mas eu gostaria, um dia, de ver o universo mais bem explorado. Esse cenário End Times é bem construído e tem espaço para coisas muita maiores do que vemos aqui.

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Os cenários são muito bem feitos. (Fonte: Reprodução)

Arquitetura Gótica

Visualmente, o jogo agradou bastante. Os cenários são bem feitos e com uma variedade interessante. Além disso, possuem um senso de profundidade e escopo que conseguem nos arrancar suspiros algumas vezes. Das ruas escuras de Ubersreik até as minas de Karak Azgaraz, temos muitas vistas e cenários para explorar e vislumbrar.

Os modelos dos personagens e texturas também são bem feitos, mas nada de muito espetacular. Os gráficos entregam e ajudam a construir um mundo acreditável, mesmo que ocorra demora para carregar algumas texturas ou alguns personagens entrem dentro dos outros algumas vezes. Pelo lado positivo tive uma experiência sólida, sem quedas de frames nos momentos mais tensos quando sangue e bolas de fogo voavam pra todo lado.

Se você gosta de arquitetura gótica, e do estilo em geral, a parte visual de Warhammer: End Times – Vermintide foi feita para você. As minas do novo DLC, Karak Azgaraz, ficaram excelentes. Elas tem aquele feel de Senhor dos Anéis que tornam as missões muito mais imersivas e divertidas.

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Disco Inferno. (Fonte: Reprodução)

Temos novidades…

Logo de cara vemos que o game se inspirou muito na fórmula de Left 4 Dead. Quatro pessoas, uma rota, inimigos que atacam em ondas. Sangue, explosões, diversão. Amizades. Temos tudo isso aqui. Warhammer: End Times – Vermintide tem algumas novas ideias o que fazem não ser um clone do queridinho da Valve, mas não é o suficiente para renovar o gênero.

Vamos começar pelo que há de novo: aqui, os heróis não são apenas skins, cada um possui pontos fracos e fortes. A Vanguarda, por exemplo, pode ser mais furtiva, mas não é construída para combate mano a mano tão bem quanto o anão, por exemplo. O Inquisidor possui duas pistolas bem fortes, mas não é um combatente parrudo como o cavaleiro. A maga possui magias fortes, mas se machuca quando as usa demais e precisa “esfriar” entre uma rajada e outra. Cada herói se balanceia, e todas as composições de time funcionam. Isso é muito legal, e adiciona uma camada de estratégia e novidade que não vemos sempre em jogos desse tipo.

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Todos são divertidos de controlar, e diferentes um do outro. (Fonte: Reprodução)

Além disso, o game possui um sistema de loot e equipamentos, que mudam o esquema de jogo dos personagens. Cada um pode usar dois sets de equipamentos. O cavaleiro, por exemplo, pode usar uma marreta pesada ou espada e escudo para focar em defesa. A maga possui cajados que causam explosões ou atiram bolas de fogo. É bem legal, e rolar dados no fim de cada missão para ganhar equipamentos é uma mecânica interessante. Ela recompensa quem joga as missões mais de uma vez, e dá uma cara de RPG de mesa ao título.

Uma mecânica simples, mas que dá originalidade e um senso de progressão que aumentam a vida útil e a recompensa do jogador. Além disso, podemos carregar tomos durante as missões que aumentam os dados que jogamos. Mais dados, mais chances de itens raros! Uma pena que eles fiquem no lugar da poção de cura. Mas, como dizem, grandes riscos para grandes recompensas.

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Uma jornada por caminhos conhecidos. (Fonte: Reprodução)

… e um pouco do de sempre

A jogabilidade do game é robusta, e funciona bem. Os golpes tem impacto, e um foco maior em combate de curta distância faz estarmos sempre no centro da ação. É muito legal, e ajuda a dar um ar diferente aos estágios. Além disso, a mecânica de defesa é bem feita e adiciona um extra ao game. Saber atacar e defender é crucial nas dificuldades maiores. Os estágios são grandes, ainda que geralmente só tenhamos um caminho à seguir.

Fora isso, o game funciona como todos os shooters cooperativos, até no tipo de inimigos. Temos um tank, que chega gritando e quebrando tudo. Temos um que vomita, temos um que nos agarra, um que explode, um que nos prende no chão. E os ratos básicos atacam como zumbis, indo em onda para cima de nossas espadas. Nesse quesito o game funciona exatamente como Left, o que não é ruim. Só tira um pouco da originalidade do título.

As missões, também, seguem o mesmo esquema de sempre. Vá do ponto A ao ponto B. Defenda este local. Exploda esse portão. Carregue isto para aquele lugar. É legal e emocionante em certos pontos, só não espere nada incrível ou que não tenha visto antes.

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Uma classe permite jogar de maneira mais furtiva, algo que não vemos sempre no gênero. (Fonte: Reprodução)

Golpe final

Afinal, Warhammer: End Times – Vermintide é um bom jogo? Vale meu investimento financeiro e meu tempo?

Definitivamente! Os maiores problemas do título, na real, são relacionados a sua falta de originalidade em algumas mecânicas e modos de jogo. E alguns pequenos problemas de conectividade com o servidor e queda nas partidas. Mas, tudo considerado, esse é um título forte que tem forças para se segurar sozinho, sem ser chamado de apenas mais um clone de Left 4 Dead.

Ainda que as mecânicas e estilo básico sejam iguais, o esquema de heróis, equipamentos e o estilo visual dão ao game uma longevidade e estilo que não vemos sempre nesse meio. Além disso a Fatshark, desenvolvedora do game, tem feito um bom trabalho em atualizar o game com conteúdos e armas novas, um sistema de quests e até novas campanhas. Se você gosta de jogos cooperativos, conhecendo ou não o universo Warhammer, dê uma chance para esse game. Warhammer: End Times – Vermintide tem força o suficiente para cativar e conteúdo para manter nosso interesse por um bom tempo.

Nota ótimo

*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.