O drama é realmente um dos maiores destaques na história da sétima arte. Responsável por diversas adaptações e roteiros originais premiados, o gênero está sempre surpreendendo através de suas abordagens. Temas evoluíram com o tempo dentro de outras propostas, às vezes dependendo do cenário real para a construção de certos projetos. De tal forma, a busca por algo de impacto está sempre sendo explorada, conseguindo ser alcançada por certas produções. É exatamente isso o que acontece em Clube de Compras Dallas, que explorando o vírus do HIV em seus tempos mais agressivos e preconceituosos consegue passar uma mensagem objetiva, impactante e necessária para o seu público.
Em uma produção baseada em fatos reais, o caubói texano Ron Woodroof (McConaughey) vê sua vida agitada e promíscua virar pelo avesso, quando é diagnosticado como HIV-positivo, tendo apenas 30 dias de vida. Decidido a sobreviver, Woodroof resolve mudar o destino com as próprias mãos, buscando tratamento alternativos em todo o mundo, por meio legais e ilegais. Após encontrar um improvável aliado, Rayin (Jared Leto), ele cria um Clube de compras, de muito sucesso, unindo de tal forma um bando de excluídos, em uma luta por dignidade e aceitação, de forma tão estimulante que jamais alguém poderia imaginar.
A narrativa utilizada em Clube de Compras Dallas não desenvolve um formato de grandes explicações desde as suas primeiras cenas. O tempo que se tem para o desenvolvimento inicial do roteiro é o de conhecer o protagonista, mostrando de tal forma o seu estilo de vida, para enfim chegar ao ponto do HIV. Partindo de tal ponto e sua temática, a produção não é das mais sofisticadas, mas sabe exatamente como se portar enquanto explora suas imagens como um forte acessório para o impacto necessário e toda sua ambientação. Contudo, mesmo com um padrão e montagem interessante, o destaque de todo o filme passa longe do seu ambiente técnico.
É através dos conceitos apresentados e atuações de todo o elenco que o projeto ganha a sua maior força com o seu decorrer na tela. Com uma aparência completamente diferente do habitual, Mathew McConaughey apresenta desde o início um choque ao espectador, mas não para por aí. Tendo, na maioria das vezes, ligações com papéis de um verdadeiro galanteador, o astro hollywoodiano mostra cada vez mais que está seguindo um novo caminho, demonstrando grande talento. É através dele que todo o preconceito começa a ser abordado nas telas, assim como também acaba por ser o responsável pelo choque de realidade. Entretanto, ele não está sozinho. Jennifer Garner pode não ter um papel de grande destaque, mas é relevante de fato relevante por conta de seu contexto.
As atuações são grandes, mas é em Jared Leto que McConaughey encontra o parceiro ideal para contracenar. Ambos apresentam cenas marcantes, que passam por cima de tudo o que é mostrado, demonstrando de tal forma a evolução do roteiro e o nascimento de uma amizade entre dois personagens totalmente contrários. Ambos agem de uma forma tão natural nas cenas que não é difícil imaginar o motivo de seus diversos prêmios, já que a dupla se fez a maior consagrada na temporada 2013/2014 com diversos prêmios, incluindo o cobiçado careca dourado.
A marca em Clube de Compras Dallas é alcançada exatamente por saber utilizar seus artistas dentro do seu contexto, com papéis de grande impacto e uma verdadeira entrega por parte dos envolvidos. O enredo da trama vai evoluindo de uma forma tão gratificante que o espectador não sente o tempo passar, sendo atingido apenas pelos acontecimentos presentes. É o tipo de produção ousada, que pode mudar carreiras se for bem trabalhada. Um filme forte, mas que merece ser apreciado devido a sua mensagem que quebra barreiras, sabendo exatamente o que mostrar para passar sua mensagem de sobrevivência.
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