Filmes sobre máfia continuam seguindo um gênero, mas em uma construção totalmente diferente. Saindo do estilo marcante e clássico de O Poderoso Chefão, os títulos passaram a ser trabalhados mais no aspecto atual e cotidiano, por vezes utilizando o tráfico como o seu maior pilar de desenvolvimento. Ao mesmo tempo que consegue o benefício da tecnologia para ser usado na trama, as produções ficam devendo por conta de diferenças daqueles que marcaram. Pontos negativos e positivos são pensados por conta dessas questões, sendo que alguns dão certo e outros pecam em pontos diversos. As diferenças e igualdades acabam sendo medidas dentro de um roteiro, mas ainda assim a quantidade de projetos cresce, como comprova Código da Máfia.
Neste suspense com muita tensão, os irmãos Mike e Tre vão em busca de uma vida melhor, tentando deixar seus traumas para trás de uma vez por todas. Após ser libertado da prisão por um crime que não cometeu, a única preocupação de Mike no mundo é proteger sua filhinha de uma imperdoável ex. Mas a justiça que o espera nas ruas é muito pior que tudo o que Mike passou na prisão. Seu irmão mais velho, Tre, aceita relutante uma última “entrega”, tentando livrar Mike e sua nova namorada das garras do submundo do crime. O que acontece é uma selvagem aventura, onde múltiplas vidas inadvertidamente vão se cruzar, e onde serão tomadas decisões que vão amedrontar todos para sempre.
Atualmente não é absurdo quando uma produção pega dois tramas paralelas e decide utilizar os momentos de cada uma para desenvolver todo o seu contexto. Bem, a narrativa de Código da Máfia segue mais ou menos tal estilo, só que ela começa apresentando todos os personagens, mostrando que eles se conhecem. A partir disso, o roteiro começa a ser desenvolvido em duas vertentes distintas, cada um seguindo o seu rumo, mas sempre dentro da criminalidade. No caso da ambientação ela foge do clássico, passando nos tempos atuais e mostrando as ações criminosas necessárias para o trabalho do projeto. A direção não é nada inovadora, seguindo o estilo do gênero ação, assim como sua fotografia.
Utilizando os meios citados para a construção do filme, logo temos algo que vai aos poucos ficando disperso. A produção divide os seus personagens em núcleos diferentes e não sabe como aproveitar, tendo um sucesso na sua apresentação, mas falhando no desenvolvimento. O elenco principal não é conhecido, mas consegue prender a atenção do espectador no começo, principalmente pela trama utilizar cenas do futuro em seu início, criando um clima interessante. Contudo, o desastre começa a se fazer presente no decorrer de toda a história.
Apesar de ser elaborada em uma fórmula de ação e reação, logo é possível definir que falta algo para uma evolução. Funcionando no início, a pergunta que vem a cabeça é: e se fosse diferente? Será que não seria melhor se as tramas conseguissem encontrar um denominador comum antes? Os personagens estão sim dentro de um contexto, mas por detalhes o filme não consegue uma eficiência maior. Além disso, mesmo dentro do gênero, o projeto não está no contexto máfia em si. Ele poderia entrar em um crime organizado, cartel, mas jamais na denominação Máfia. Com o nome original sendo 5-13, a tradução engana. É uma produção que peca na hora de ser trabalhada, mesmo conseguindo mostrar alguns pontos interessantes como tráfico de orgãos, condenações injustas e outras criminalidades de uma cidade grande.
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